Replicar o acordo da União Europeia com a Noruega permitirá manter o Reino Unido no Mercado Único durante um período de transição, atenuando os efeitos económicos negativos do “Brexit”. Esta solução temporária está a ser planeada pela Comissão Europeia.
Nos corredores do poder em Bruxelas está a planear-se uma forma de lidar com o Reino Unido, sobretudo ao nível do comércio, após a consumação do “Brexit”. De acordo com o Politico Europe, a União Europeia (UE) poderá vir a replicar o modelo aplicado à Noruega, mantendo assim o Reino Unido na sua órbita comercial, através da integração na Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA). É uma solução transitória que poderá servir para ganhar tempo e evitar alguns efeitos negativos mais imediatos do “Brexit”.
A equipa da Comissão Europeia responsável pela negociação do “Brexit”, liderada por Michel Barnier, tem aventado a hipótese de firmar um acordo interino de “tarifa zero” que preservaria o comércio de bens, como a exportação de carros alemães ou vinhos franceses para o Reino Unido. No entanto, esse acordo iria excluir o comércio em serviços, prejudicando o Reino Unido ao nível dos setores bancário e da aviação.
No entanto, segundo fontes da Comissão Europeia contactadas pelo Politico Europe, Bruxelas tem uma espécie de “plano B” relativamente ao “Brexit”: o Reino Unido poderá tornar-se membro da EFTA, temporariamente, enquanto as duas partes (Reino Unido e UE) negoceiam os termos da sua relação futura. “É uma solução interina que causa a menor perturbação possível para os negócios em ambos os lados do Canal da Mancha,” assegura um diplomata europeu, citado pelo Politico Europe.
Ao juntar-se à EFTA, que regulamenta o comércio livre entre a Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça, o Reino Unido poderia então candidatar-se a fazer parte do Espaço Económico Europeu (EEE). A entrada no EEE dá acesso ao Mercado Único da UE. Esta opção é denominada como “o modelo da Noruega” e poderá salvaguardar os atuais laços económicos (no comércio de bens e serviços) entre o Reino Unido e a UE, minorando as consequências negativas do “Brexit”. Pelo menos enquanto durarem as negociações em curso.
Fonte: Jornal Económico
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