Uma equipa do Centro de Cirurgia Cardiotorácica (CCC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) operou, com sucesso, 14 crianças refugiadas da Síria, no âmbito de uma missão humanitária em Amã, na Jordânia.
Dirigida para o “tratamento da patologia cardíaca congénita” em crianças sírias refugiadas em território jordano, a missão cirúrgica humanitária, liderada pelo cirurgião cardiotorácico e diretor do CCC do CHUC, Manuel Antunes, foi desenvolvida, entre os dias 20 e 28, “sob os auspícios da Châine de l'Espoir [Cadeia da Esperança] francesa e da União Europeia”.
A missão “correu muito bem”, disse hoje, aos jornalistas, Manuel Antunes, referindo que dos 14 casos intervencionados, numa unidade de saúde privada de Amã, dois deles eram “mais delicados”, pois estavam em causa duas crianças com patologia cardíaca congénita com idades inferiores a dois anos e muito pouco peso, que “corriam risco de vida”.
A criança mais nova tinha 75 dias de idade e menos de três quilogramas de peso e a mais velha 17 anos de idade e as respetivas operações, efetuadas com apoio de elementos do hospital local, foram “bem-sucedidas”, tendo todas abandonado já os serviços de cuidados intensivos e algumas delas o estabelecimento hospitalar.
“Todos os doentes tiveram pós-operatórios favoráveis e tinham tido alta da unidade de cuidados intensivos no momento do regresso da equipa a Portugal”, na madrugada de domingo, disse Manuel Antunes.
A equipa, constituída por nove elementos, incluindo Manuel Antunes, que preside à Cadeia Esperança Portugal, “participou de forma voluntária e gratuita e, além da cirurgia, prestou formação específica ao pessoal clínico pertencente ao Centro Hospitalar” onde decorreu a missão.
A missão cirúrgica, cujo planeamento foi efetuada com meses de antecedência, contou, “naturalmente”, com “o apoio e o trabalho dos elementos” do próprio hospital onde foram feitas as intervenções – o Garden´s Hospital –, nomeadamente dos seus “cardiologistas, pessoal técnico e de enfermagem”, referiu Manuel Antunes.
“Às vezes, mais do que a própria ação, vale o seu simbolismo, o espírito que ela representa”, considerou Manuel Antunes, sustentando que a equipa que se deslocou a Amã “não perdeu, mas ganhou uma semana”, durante a qual, reconheceu, “trabalhou um bocadinho mais” e esteve sujeita a “mais algum stress” do que estaria se se tivesse mantido em funções em Coimbra.
“Regressámos de coração cheio, porque fomos úteis”, concluiu Manuel Antunes, admitindo que tanto ele como a restante equipa e outros elementos do CCC do CHUC possam repetir a missão.
Fonte: MadreMedia/Lusa
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