Inspectores quiseram saber mais informação sobre os cerca de 300 trabalhadores na empresa sem funções atribuídas
Vários inspectores da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) visitaram hoje várias instalações da PT Portugal. A ACT procurava mais informação sobre os cerca de 300 trabalhadores da operadora dona do Meo sem funções atribuídas, depois da reorganização da empresa levada a cabo desde a entrada da Altice na liderança da PT, noticiou o Expresso e confirmou o Dinheiro Vivo junto de fontes sindicais.
“Estivemos na PT”, confirma apenas fonte oficial do organismo ao Dinheiro Vivo, sem mais detalhes sobre os locais alvo da inspeção. A PT confirma a presença da ATC na empresa, mas não quis comentar este assunto.
A visita dos inspectores da ACT apanhou de surpresa os próprios sindicatos que há cerca de duas semanas tinham enviado para o organismo uma lista com nomes de trabalhadores da PT que estavam sem funções na companhia. Da informação enviada, constava nome, categoria profissional e há quanto tempo se encontravam sem funções, entre outros detalhes, descreve Jorge Félix, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da PT (STPT)
“Vieram e dirigiram-se aos trabalhadores que estavam sem funções”, diz Jorge Félix. O edifício da PT na Andrade Corvo, em Lisboa, onde estão cerca de 60 trabalhadores sem funções atribuídas, foi uma dos locais objeto de inspeção, mas a ação da ACT não se ficou por Lisboa. Caldas da Rainha, Braga, Aveiro, Coimbra e Torres Vedras terão sido também objeto da atuação da ACT, diz Jorge Félix. “Não temos informação de que tenha havido inspeção no Porto, o que seria importante, já que é um dos locais onde também há grande concentração de trabalhadores sem funções”, diz o presidente do STPT, admitindo que possa ser um dos próximos alvos da inspeção da ACT. Fonte oficial da ACT não confirmou locais da inspeção, nem se o Porto seria um dos próximos locais visados.
“Recolheram uma série de informação e levaram várias horas na empresa”, diz Jorge Félix.
Há muito que os sindicatos têm vindo a referir a degradação das condições de trabalho na PT, com uma série de funcionários a ficaram sem funções na sequência da reorganização da operadora. Em todo o país, com especial enfoque em Lisboa e Porto, serão 300. “E não são mais porque as pessoas têm chegado a acordo para a rescisão”, diz. A ação da ACT surge depois de notícias de que a PT teria abordado informalmente o Governo para pedir o estatuto de empresa em reestruturação, permitindo uma rescisão em larga escala de cerca de 3 mil trabalhadores. Notícia desmentida pela empresa. “Não faço ideia de onde vem essa informação. Fiquei chocado. Não temos qualquer plano para um despedimento colectivo em Portugal”, garantiu Michel Combes, CEO do grupo Altice, em declarações ao Dinheiro Vivo.
A PT Portugal tem cerca de 9500 colaboradores no ativo e, de acordo com fontes sindicais, desde Junho de 2015, altura em que o grupo francês assumiu a liderança da empresa, saíram cerca de mil colaboradores.
Fonte: Dinheiro Vivo
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