Pelo menos três portugueses foram detidos nos últimos dias pelas autoridades venezuelanas quando se manifestavam conta o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Fontes da comunidade portuguesa explicaram à Agência Lusa que as detenções ocorreram desde a última segunda-feira e que inicialmente os familiares foram dados por desaparecidos, vindo depois a verificar que tinham sido detidos pelas forças de segurança.
"Estamos a viver momentos de angústia, primeiro porque não sabíamos nada, estavam desaparecidos, e agora porque já sabemos que estão detidos e não sabemos como ajudá-los", explicou o familiar de um dos detidos à Agência Lusa.
A comunidade está indecisa entre dar visibilidade às detenções, identificando os detidos, dar declarações aos jornalistas ou manter-se em silêncio, desconhecendo qual será a opção mais "benéfica" para os portugueses, temendo que possam vir a ser "acusados de terrorismo e submetidos a julgamentos em tribunais militares", apesar de serem civis.
Por outro lado há a possibilidade de vários luso-descendentes estarem também detidos pelas autoridades.
Desde segunda-feira (15 de maio) que residentes em três localidades do Estado de Miranda (Los Teques, Santo António e San Pedro de Los Altos), levantaram barricadas em protesto contra as políticas do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Nessas três localidades vivem pelo menos duas dezenas de milhar de portugueses e luso-descendentes.
Os organismos de segurança reprimiram fortemente os manifestantes, com gás lacrimogéneo e tiros de borracha, uma situação que contrariou a população fazendo com que mais pessoas se unissem aos protestos.
Ao mesmo tempo que ocorrem as manifestações, dezenas de estabelecimentos comerciais foram saqueados por populares.
As estradas que ligam aquela localidade a Caracas e à auto-estrada Regional do Centro (interior do país), permanecem bloqueadas pela população, com vários portugueses impedidos de se aproximarem dos seus estabelecimentos comerciais e desconhecendo em que estado se encontram.
Reforçados os bloqueios pelos manifestantes, as forças de segurança tentaram aceder àquelas localidades, desde la Colónia de Tovar (Estado de Arágua), mas a população local bloqueou também a passagem para o Estado de Miranda.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, desde que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) divulgou duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, formada a 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro.
Dados oficiais dão conta de que pelo menos 48 pessoas já morreram desde o início da crise.
Fonte: Lusa
Foto: CARLOS GARCIA RAWLINS
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