sábado, 20 de maio de 2017

Um Mar d’Estórias e outras histórias

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  
Bem sei que ninguém me perguntou nada, mas tenho saudades do Algarve. Colecciono muito boas memórias de adolescência, do tempo em que íamos do Norte ao Sul com a nossa casa arrumada numa Toyota Hiace. Íamos por 15 dias, primeiro para casa da dona Ercília, em Vila Real de Santo António, depois para um apartamento na Quarteira que ficava na Rua da Mónica – e  o que nós adorávamos aquele detalhe, porque tínhamos realmente uma Mónica naquela casa da Rua da Mónica. Depois crescemos e passámos a achar que não era fixe irmos com os pais passar férias – e enquanto eles iam por 15 dias nós fazíamos férias na nossa casa de sempre. E o que nós adorávamos ficar 15 dias sem os pais, com a cama por fazer os dias que nos apetecesse, a comer a desoras e o que calhava, a dar festas para os amigos na garagem. É claro que já voltei ao Algarve depois disso, mas ainda assim continuo com saudades.
Deu-me para isto tudo agora porque a Mara Gonçalves foi a Lagos e voltou com um Mar d’Estórias para contar. É assim que se chama o espaço que Célia Real abriu num edifício erguido no século XV para albergar o Compromisso Marítimo de Lagos – e é lá que agora se conta parte da cultura portuguesa. “É uma casa portuguesa, com certeza. E cada vez mais algarvia. Nela habitam marcas nacionais de mercearia, vinhos, decoração, loiça, acessórios de moda, livros, música, gastronomia e um terraço sob o sol algarvio. O Mar d’Estórias nasceu há menos de um ano no centro histórico de Lagos — e prepara uma temporada mais algarvia que nunca”, escreve a Mara. Já disse que tenho saudades do Algarve?
E na verdade também tenho saudades de São Paulo, essa selva de pedra que me encheu as medidas à primeira visita. Mas foi antes de 2013, quando a Casa de Vidro, que a Andreia Marques Pereira visitou agora, ainda não tinha as portas abertas ao público. Quem gosta de arquitectura deve ler este texto.
E também é de ler este da Alexandra Couto, que nos conta a história dos Tasqueiros sem Lei que há pouco mais de um ano andam a prender pela barriga quem vai até Santa Maria da Feira. Só para lembrar: na próxima semana regressa o Imaginarius, o Festival Internacional de Teatro de Rua, e esta é uma boa opção para reconfortar o estômago.
Reconfortada também foi como se sentiu a Alexandra Prado Coelho na Herdade da Matinha. Com os passeios a cavalo, com as boas conversas e com a cozinha de onde não lhe apetecia sair. Ora espreite.
E depois passe por aqui. Siga o Rui Barbosa Batista até à Argélia e desfaça todos os mitos que tem na cabeça: é um país seguro, está mesmo aqui ao lado e tem aquele charme irresistível dos lugares que pararam no tempo.
Por falar em parar no tempo, vamos suspender esta conversa durante uma semana. No próximo sábado, excepcionalmente, não nos encontramos à mesma hora. Voltamos a conversar no dia 3 de Junho. Até lá, já sabe: aqui há sempre boas sugestões. Boas viagens!

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