David Dinis, Director
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Bom dia!
O Senador John McCain vai voltar ao Senado, apenas uma semana depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no cérebro, para votar na discussão sobre a revisão do Obamacare, anunciou o New York Times. A pressão de Trump subiu sobre os republicanos, mas também por causa da ameaça colectiva de reforçar as sanções à Rússia - mas neste caso o Presidente ficou sozinho a praguejar. Isto enquanto o seu genro jurava não ter conspirado com o Kremlin.
Israel prometeu retirar os detectores de metais da entrada da mesquita sagrada de al-Aqsa, o motivo da tensão que acabou na perda de sete vidas nos últimos dias. Em contrapartida, a Jordânia terá prometido repatriar alguns diplomatas israelitas que estavam detidos, explica o The Guardian.
A Guerra dos Tronos ainda não acabou: o autor da saga, George R.R. Martin, deixou uma vaga promessa aos fãs: “Penso que terão um novo livro de Westeros da minha autoria em 2018… e quem sabe, talvez dois. Uma pessoa pode sonhar…”
Notícias do dia
Na nossa manchete está Pedrógão Grande. Para lhe explicar que a lei permite ao Governo pedir fim do segredo de justiça - mas que o Governo optou por não o fazer. Os penalistas ouvidos pela Natália Faria, depois, têm opiniões diferentes sobre se António Costa o devia ou não fazer. Mas essa é a questão política do momento, onde a direita põe pressão e o Governo se escuda no Ministério Público. Para já, fica um outro facto: o segredo de justiça dificulta a distribuição do fundo solidário pelas seguradoras.
A situação dos incêndios continua difícil: as autoridades esperam controlar o fogo em Mação durante a manhã, fogo que já obrigou a evacuar algumas aldeias. Também na Sertã foi preciso retirar 158 pessoas das suas casas, para evitar o pior, enquanto o SIRESP voltava a falhar (e a Protecção Civil a desvalorizar). Falando em histórias mal contadas, a TSF diz esta manhã que o MAI e a Protecção Civil não disseram a verdade no caso do helicóptero que caiu há semanas no combate ao incêndio de Alijó (as imagens estão aqui).
Mudando de assunto, para outra notícia: a polícia foi chamada a intervir por problemas com matrículas em Lisboa. O protesto dos pais, no Liceu Pedro Nunes, teve a ver com o não cumprimento das prioridades estabelecidas por lei. E claro, com o velho problema das moradas falsas (o que nos leva ao velho e conhecido caso do Filipa de Lencastre). O Ministério o que diz é isto: apresentem queixa. E eu, que sou pai e ontem por acaso fui fazer queixa, respondo assim no Editorial: Kafka foi à escola pública.
Na Saúde, há um problema novo: a proposta de redução das farmácias de serviço que merece crítica dos autarcas, conta o JN; e um problema que parece resolver-se: os enfermeiros especialistas estão à beira de voltar às salas de parto, depois de o Ministério prometer aumentar o número de carreiras.
Bem encaminhado parece o processo do Novo Banco: em vez de troca de obrigações, o banco propôs a compra delas - dinheiro para comprar 3 mil milhões de dívida, explica o jornal Eco.
Quanto à CGD, a nossa notícia de ontem provocou uma certa agitação política, com a esquerda a condenar o aumento de taxas e o CDS a questionar Centeno.
Para nosso sossego, o Parlamento prepara o reforço de meios para a UTAO, a equipa técnica que avalia as contas públicas. Trabalho não lhes tem faltado.
Falta ainda esta notícia do Porto: o Bloco quer que o Tribunal “declare nulo” acordo entre a Selminho e a Câmara. E uma outra de Lisboa: a Câmara podia ter sido mais activa nas obras da Segunda Circular, diz a auditoria à obra que não se fez.
E falta também um aviso para quem está no Algarve: as autoridades vão fazer cair uma arriba na praia do Vau.
Na nossa manchete está Pedrógão Grande. Para lhe explicar que a lei permite ao Governo pedir fim do segredo de justiça - mas que o Governo optou por não o fazer. Os penalistas ouvidos pela Natália Faria, depois, têm opiniões diferentes sobre se António Costa o devia ou não fazer. Mas essa é a questão política do momento, onde a direita põe pressão e o Governo se escuda no Ministério Público. Para já, fica um outro facto: o segredo de justiça dificulta a distribuição do fundo solidário pelas seguradoras.
A situação dos incêndios continua difícil: as autoridades esperam controlar o fogo em Mação durante a manhã, fogo que já obrigou a evacuar algumas aldeias. Também na Sertã foi preciso retirar 158 pessoas das suas casas, para evitar o pior, enquanto o SIRESP voltava a falhar (e a Protecção Civil a desvalorizar). Falando em histórias mal contadas, a TSF diz esta manhã que o MAI e a Protecção Civil não disseram a verdade no caso do helicóptero que caiu há semanas no combate ao incêndio de Alijó (as imagens estão aqui).
Mudando de assunto, para outra notícia: a polícia foi chamada a intervir por problemas com matrículas em Lisboa. O protesto dos pais, no Liceu Pedro Nunes, teve a ver com o não cumprimento das prioridades estabelecidas por lei. E claro, com o velho problema das moradas falsas (o que nos leva ao velho e conhecido caso do Filipa de Lencastre). O Ministério o que diz é isto: apresentem queixa. E eu, que sou pai e ontem por acaso fui fazer queixa, respondo assim no Editorial: Kafka foi à escola pública.
Na Saúde, há um problema novo: a proposta de redução das farmácias de serviço que merece crítica dos autarcas, conta o JN; e um problema que parece resolver-se: os enfermeiros especialistas estão à beira de voltar às salas de parto, depois de o Ministério prometer aumentar o número de carreiras.
Bem encaminhado parece o processo do Novo Banco: em vez de troca de obrigações, o banco propôs a compra delas - dinheiro para comprar 3 mil milhões de dívida, explica o jornal Eco.
Quanto à CGD, a nossa notícia de ontem provocou uma certa agitação política, com a esquerda a condenar o aumento de taxas e o CDS a questionar Centeno.
Para nosso sossego, o Parlamento prepara o reforço de meios para a UTAO, a equipa técnica que avalia as contas públicas. Trabalho não lhes tem faltado.
Falta ainda esta notícia do Porto: o Bloco quer que o Tribunal “declare nulo” acordo entre a Selminho e a Câmara. E uma outra de Lisboa: a Câmara podia ter sido mais activa nas obras da Segunda Circular, diz a auditoria à obra que não se fez.
E falta também um aviso para quem está no Algarve: as autoridades vão fazer cair uma arriba na praia do Vau.
Textos onde parar
1. Biblioterapia: como é que os livros curam? E conta a Catarina Lamelas Moura: "Emília quer dar novo rumo à sua vida — como tantas outras pessoas, decidiu que quer ocupar-se com aquilo que lhe dá mais prazer, o restauro. Além disso foi-lhe diagnosticada uma doença auto--imune, mas o que agora está a ajudá-la são os livros. Mais concretamente, as sessões de biblioterapia." A ideia – de que os livros podem ajudar a ultrapassar os mais diversos problemas – é simples e vem das civilizações clássicas. E é assim que se passam as receitas.
2. A vida aos 30 – uma geração a descobrir-se no caos. Através dos diários que recolheu junto de 13 pessoas, Joana Bernardo concentra em 30 Anos, 8 Dias um retrato geracional daqueles que estão a cumprir o seu 30.º aniversário. Um livro para quem veio antes e quem virá depois poder vislumbrar as vidas caóticas deste tempo, garante o Gonçalo Frota.
3. Um problema na linha, de que nunca ouvimos falar. Quando um maquinista de um comboio vê à frente uma pessoa pronta para se suicidar e tem consciência de que não vai conseguir travar, o tempo pára. “São segundos que nunca mais acabam", confessa um deles. Não é um caso isolado: entre 2006 e 2015, pelo menos 492 pessoas suicidaram-se na ferrovia portuguesa. Os níveis de stress pós-traumático são elevadíssimos. Mas há quem esteja no terreno a estudar o problema e a estender uma mão amiga, conta a Natália Faria.
1. Biblioterapia: como é que os livros curam? E conta a Catarina Lamelas Moura: "Emília quer dar novo rumo à sua vida — como tantas outras pessoas, decidiu que quer ocupar-se com aquilo que lhe dá mais prazer, o restauro. Além disso foi-lhe diagnosticada uma doença auto--imune, mas o que agora está a ajudá-la são os livros. Mais concretamente, as sessões de biblioterapia." A ideia – de que os livros podem ajudar a ultrapassar os mais diversos problemas – é simples e vem das civilizações clássicas. E é assim que se passam as receitas.
2. A vida aos 30 – uma geração a descobrir-se no caos. Através dos diários que recolheu junto de 13 pessoas, Joana Bernardo concentra em 30 Anos, 8 Dias um retrato geracional daqueles que estão a cumprir o seu 30.º aniversário. Um livro para quem veio antes e quem virá depois poder vislumbrar as vidas caóticas deste tempo, garante o Gonçalo Frota.
3. Um problema na linha, de que nunca ouvimos falar. Quando um maquinista de um comboio vê à frente uma pessoa pronta para se suicidar e tem consciência de que não vai conseguir travar, o tempo pára. “São segundos que nunca mais acabam", confessa um deles. Não é um caso isolado: entre 2006 e 2015, pelo menos 492 pessoas suicidaram-se na ferrovia portuguesa. Os níveis de stress pós-traumático são elevadíssimos. Mas há quem esteja no terreno a estudar o problema e a estender uma mão amiga, conta a Natália Faria.
Agenda do dia
- A comissão parlamentar de Defesa dedica-se a Tancos, ouvindo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna;
- A Autoridade Nacional de Protecção Civil inaugura o formato de 'briefings' semanais do comandante operacional sobre incêndios florestais
- O Governo divulga a síntese de execução orçamental até junho - cumprindo um semestre de contas públicas;
- O Congresso dos EUA vota hoje novas sanções contra a Rússia, após o acordo de princípio alcançado entre republicanos e democratas;
Só para acabar...
... fica a recomendação de leitura: uma viagem pela América e os seus livros, com Trump em pano de fundo, escrita pela nossa Isabel Lucas. Como eu sou suspeito para falar da Isabel, deixo-lhe a opinião do António Araújo, que nisto dos livros é como o algodão: não engana.
Mas deixo-lhe também duas notas para a nossa auto-estima: porque a revistaMonocle diz que o melhor restaurante do mundo está entre nós (o que sabe sempre bem); e porque há um português nos 19 sítios mais fotogénicos do mundo. A lista mostra fotografias de instagramers, que viajaram e capturaram casas modernistas, estações abandonadas, um cemitério e as instalações de uma antiga mina no Alentejo. “As dimensões do lugar são de cortar a respiração”, diz o nosso João Bernardino. E são mesmo.
Que tenha também um dia de cortar a respiração, também no bom sentido. E quepasse por nós, sempre que quiser, para uma actualização das notícias. Boas férias (se for o caso). Ou bom trabalho (se ainda não tiver chegado aquele momento).
Abraço grande, com amizade. Até já!
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