A Celpa diz que a reforma florestal aprovada na Assembleia da República terá um impacto "profundamente negativo" e lembra que esta pode vir a agravar a degradação e o abandono da floresta, podendo, em última instância, aumentar o risco de incêndios.
A Celpa – Associação da Indústria Papeleira considera que a reforma florestal aprovada pelo Parlamento na semana passada é “o maior atentado” feito à floresta portuguesa. A associação defende que as alterações feitas ao Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios foram “apressadas e atribuladas” e não têm em conta os “fundamentados contributos” dos agentes do setor florestal.
Em comunicado enviado às redações, a Celpa defende que quando “a pressa e os interesses político-partidários dominam e suplantam o conhecimento técnico e científico e ignoram a opinião das entidades mais relevantes, conhecedoras e competentes na área florestal (…) defraudam-se justas expectativas, prejudicam-se milhares de proprietários e empregos e desencorajam-se investimentos futuros”.
A indústria papeleira diz que a reforma florestal aprovada na Assembleia da República terá um impacto “profundamente negativo” e lembra que esta pode vir a agravar a degradação e o abandono da floresta, podendo, em última instância, aumentar o risco de incêndios. O grupo lembra que a maior parte dos incêndios estão relacionados com a “falta de gestão e limpeza do território” e ao “insuficiente número de ‘barreiras corta-fogo'”, em sentido contrário à legislação aprovada que defende a proibição das ações de arborização com espécies do género ‘eucalyptus’ e o condicionamento das ações de rearborização.
“Os incêndios em nada dependem das características das espécies florestais, do eucalipto ou de outras, como o demonstram os factos históricos e o explica a comunidade científica e universitária”, pode ler-se no comunicado.
A Celpa estima ainda que, com a aplicação da reforma florestal, 100 mil empregos possam estar em risco e o setor possa vir a retrair-se. Atualmente o setor das florestas representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e 10% das exportações em Portugal.
“O erro histórico cometido contra a floresta é de tal forma grave que apenas podemos acreditar na inevitabilidade da sua reversibilidade num futuro próximo”, sublinha a associação papeleira.
Fonte: Jornal Económico
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