Os militares da GNR integrados no dispositivo aéreo de combate aos fogos florestais não estão a proceder a operações de ataque ampliado, quando os fogos já são de grande dimensão. Os helicópteros estacionados nas bases de Figueiró dos Vinhos e Pampilhosa da Serra, que estão a operar no incêndio da Sertã, estão a voar apenas com o piloto. As brigadas, que em terra ajudam a dar eficácia às descargas da aeronave, estão paradas nos centros de meios aéreos.
Estes militares, responsáveis pelo ataque inicial e combate aos fogos nascentes, intervêm durante os primeiros noventa minutos. Mas se o fogo não for dominado nesse espaço de tempo, e a aeronave continuar mobilizada para o combate, “o helicóptero acaba por ir sozinho com o piloto, em missão de ataque ampliado” e os militares do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) integrados são desmobilizados. E de cada vez que o helicóptero levanta voo para uma missão de ataque ampliado, quando o fogo já tem várias frentes ou arde com intensidade, “os militares ficam em terra”, revelam os bombeiros. É o que sucedeu na tarde desta segunda-feira na Sertã mas a opção, que está a criar mau estar, já aconteceu noutros grandes incêndios.
De acordo com fonte dos bombeiros “a ANPC e a GNR não estão a autorizar os helicópteros a voarem com as suas brigadas em missões de ataque ampliado, assim estes militares ficam inoperacionais nas bases”.
Na prática ficam sem qualquer missão, esperando o regresso da aeronave. É o que sucede no Cento de Meios Aéreos da Pampilhosa da Serra e de Figueiró dos Vinhos, que esta tarde foram mobilizados para o fogo da Sertã, mas que já aconteceu nestes últimos dias noutros grande incêndios: Mangualde e Alijó.
Fonte dos bombeiros esclarece que “estes homens do GIPS são eficazes juntamente com o meio aéreo e podiam estar a atuar no incêndio da Sertã, assim ficam todo o dia nas bases, sem nada para fazer, estando a criar mau estar porque não faz sentido haver fogos e os militares não estarem a combater”.
De acordo com a Diretiva 2/2017, que determina as operações de combate aos fogos, todas as aeronaves podem fazer missões de ataque ampliado, como sucede na Sertã e aconteceu antes em Pedrógão Grande ou noutros fogos. Nesta fase do combate a Diretiva esclarece que “os helicópteros e as respetivas brigadas helitransportadas, são um binómio indissociável não podendo, em caso algum, ser quebrada esta agregação”. Mas não é o que está a suceder no combate aos fogos destes últimos dias.
O Expresso já pediu esclarecimentos à Proteção Civil, sobre esta decisão, que ainda não foram prestados.
Artigo de Amadeu Araujo In Expresso
Idem BPS
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