terça-feira, 10 de outubro de 2017

Editorial | Existe por ai roupagem falsa no mundo da dádiva de sangue


Quer queiramos ou não é sempre confortante receber mensagens como a que se segue, principalmente quando veem de ex-dirigentes do mundo da dádiva de sangue, que se desligaram com o sentimento de algum desencanto. Afinal nem tudo o que parece é, diz o Povo com razão, pois existe por ai muita roupagem falsa, a tirar proveito de trabalho alheio na área da dádiva de sangue.

A mensagem seguinte diz tudo em poucas palavras: “Caríssimo Amigo,
Os maestros e/ou maestrinas das Associações e Grupos de Dadores são os grandes impulsionadores da dádiva benévola de sangue.

Sem estes brilhantes coordenadores de áreas das suas zonas de residência o IPST, IP e quantos à sua volta fervilham seriam uns meros funcionários a quem o estado paga sem saber bem o que fazem. Pagam por que o contrato os favorece e dificilmente são dispensados. Quando já pouco fazem mandam-nos para a secção do lado e tudo fica na mesma... ordenado, regalias e demais benesses.

Mas... saber que ainda há os "heróis" que desejam o bem de quem os rodeie é gratificante. Ganham os que necessitam do precioso líquido.

A minha pleonástica postura leva-me, simplesmente, a dizer. Bem hajam” (9/10/2017). Por razões óbvias o nome do autor não é tornado público.

Estamos perante uma realidade que a todos devia envergonhar. Quem está fora do convento nem imagina o que lá vai dentro. Por culpa de alguém, que já passou pelo governo, criou-se uma concepção errada sobre as associações de dadores como ainda sobre o dador, passando a ser vistos como sujeitos de interesses obscuros. 

Tanto as associações como os dadores não dão despesas ao Estado, bem pelo contrário, tudo fazem para que não falte sangue nos hospitais públicos ou privados, em consequência deviam ser um pouco mais respeitados. Ninguém nos pergunta sobre o que mais necessitamos, mas, sabem apontar-nos o dedo.

Como em todo o lado "Para vencer - material ou imaterialmente - três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades, e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte." - Fernando Pessoa.

O IPST tem essa sorte do seu lado, melhor, na sua rectaguarda, conta com centenas de colaboradores voluntários por todo o País, os tais que dão a cara e disponibilizam os ouvidos junto das comunidades onde cada um vive.

Quem está do lado de fora, nem lhe passa pela cabeça as sérias dificuldades, que um genuíno dirigente passa para levar a cabo a sua missão. Por vezes a desmotivação é tal…

Os sacanas são sempre os dirigentes, principalmente aqueles que não alinham com o sistema, com os interesses instalados, os que não se deixam contaminar com o ambiente “mafioso” que reina neste mundo obscuro.

J. Carlos
Director

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