A jornalista Daphne Caruana Galizia, que acusou o Governo de Malta de corrupção, morreu esta segunda-feira, numa explosão de carro. O ataque acontece duas semanas depois de a jornalista maltesa recorrer à polícia, para dizer que estava a receber ameaças de morte. A morte acontece quatro meses após a vitória do Partido Trabalhista de Joseph Muscat, nas eleições antecipadas pelo primeiro-ministro, após as alegações da jornalista, que o ligavam a si e à sua mulher ao escândalo dos Panama Papers. O casal negou as acusações de que teriam usado uma offshore para esconder pagamentos do Governo do Azerbaijão.
A jornalista de 53 anos terá morrido no carro, quando estava a sair de casa, na cidade maltesa de Bidnija. Segundo a BBC, um dos seus filhos ouviu a explosão, que terá sido forte o suficiente para lançar fragmentos do veículo alugado por toda a área.
O primeiro-ministro de Malta, acusado pela jornalista de corrupção, já reagiu àquilo que diz ter sido uma "ataque bárbaro". "Condeno sem reservas este ataque bárbaro na pessoa e na liberdade de expressão no nosso país", disse Joseph Muscat, citado pelo jornal inglês.
"Toda a gente sabia que a Sra. Caruana Galizia exercia dura críticas contra mim, tanto política como pessoalmente, assim como contra outros." Contudo, o primeiro-ministro assegurou que não havia "qualquer justificação possível" para tal ação. "Não vou descansar enquanto não trouxer justiça."
Os medias locais avançaram ainda que Daphne Caruana Galizia apresentou uma queixa à polícia, há duas semanas, na qual disse que estava a receber ameaças de morte. No entanto, não terá aprofundado o assunto.
As autoridades abriram agora uma investigação à morte da jornalista. O corpo ainda não foi identificado.
Nenhum grupo ou indivíduo reivindicou o ataque.
A morte de Daphne Caruana Galizia acontece quatro meses após a vitória do Partido Trabalhista de Joseph Muscat, nas eleições antecipadas pelo primeiro-ministro, após as alegações da jornalista, que o ligavam a si e à sua mulher ao escândalo dos Panama Papers. O casal negou as acusações de que teriam usado uma offshore para esconder pagamentos do Governo do Azerbaijão.
De acordo com o The Guardian, Joseph Muscat anunciou no Parlamento que oficiais do FBI viajarão até Malta, onde vão ajudar na investigação do caso. Isto acontece depois do seu pedido de ajuda ao Governo norte-americano.
O popular blog da jornalista também denunciou políticos da oposição e, numa das suas publicações, disse que a situação política do país era "desesperante".
O último texto da jornalista foi publicado no blog "Running Commentary" às 14:35 (hora local), desta segunda-feira. A polícia recebeu o alerta de explosão pouco depois das 15:00, como conta o The Guardian.
Nos últimos dois anos, o trabalho da jornalista maltesa focou-se nos Panama Papers, denunciando a corrupção em Malta.
Daphne Caruana Galizia era casada e tinha três filhos.
Fonte: SICNOTICIAS
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