A Uber anunciou, durante o Web Summit, que em 2020 irá começar a operar um serviço de transporte aéreo partilhado na cidade de Los Angeles. O serviço uberAIR consiste numa rede de aeronaves elétricas que vão permitir voos urbanos com um máximo de quatro passageiros. “Estes veículos elétricos de descolagem e desembarque verticais (VTOLs) diferem dos helicópteros por serem mais silenciosos, seguros, acessíveis e respeitadores do meio ambiente”, revela a Uber. Utilizando os dados das rotas mais populares em viagens com a Uber, e procurando dar uma alternativa aos trajetos rodoviários mais congestionados, o uberAIR será projetado para ajudar a reduzir os congestionamentos de tráfego e os tempos de deslocação, contribuindo a longo prazo para a redução das emissões poluentes nas cidades. Jeff Holden, Chief Product Oficcer da Uber declarou durante o Web Summit que «Los Angeles é a maior área urbana dos Estados Unidos e 40% do espaço é utilizado para estacionamento» e que a aposta em veículos de mobilidade urbana aérea pode significar que a aquisição de automóvel próprio pode ter os dias contados. Jeff Holden assegurou ainda que os serviços do uberAIR não serão caros e serão acessíveis a todas as carteiras: «não íamos apostar neste negócio se não fosse para toda a gente. Queremos que seja mais barato do que conduzir o nosso próprio carro».
Entretanto, a empresa americana anunciou ainda que assinou um acordo de colaboração com a NASA para o desenvolvimento de novos conceitos de gestão de tráfego (UTM - Unmanned Traffic Management) não tripulado e sistemas aéreos não tripulados (UAS, Unmanned Aerial Systems). Esta colaboração possibilitará a operação segura e eficiente de UAS a baixas altitudes. A participação da Uber no Projeto UTM da NASA ajudará a empresa a iniciar os primeiros voos de demonstração do uberAIR num conjunto de cidades norte-americanas selecionadas em 2020. Esta é também a primeira colaboração da Uber com uma agência governamental com o objetivo de operar uma rede aérea de ridesharing a nível global.
Para Jeff Holden «este acordo espacial abre o caminho para que a Uber colabore com a NASA no desenvolvimento da próxima geração de tecnologia de gestão de espaço aéreo. O uberAIR operará muitos mais voos numa base diária nas cidades do que alguma vez foi feito. Fazê-lo de forma segura e eficiente exigirá uma mudança profunda nas tecnologias de gestão de espaço aéreo. A combinação da capacidade de engenharia e desenvolvimento de software da Uber com as décadas de experiência na NASA neste campo proporcionará avanço crucial para o Uber Elevate.»
Veja o vídeo:
A mobilidade urbana... aérea
É um carro? Pode ser! É um helicóptero? Também...! É um drone? Pois...! Aquilo que se sabe é que acaba de surgir um novo conceito que promete revolucionar os nossos hábitos de deslocação: a mobilidade urbana aérea!
Aquelas imagens que vimos em filmes tão vanguarditas como o “Regresso ao Futuro” e o Quinto Elemento” em que “carros com asas” voavam pelas ruas de cidades futuristas está prestes a ser uma realidade. Neste Web Summit, e para além da solução apresentada pela Uber, falou-se também de outros exemplos de veículos elétricos, autónomos e que podem ser partilhados por vários passageiros. Autênticos “táxis voadores”. O Volocopter, que é um drone elétrico e autónomo que transporta passageiros e mercadorias, já foi, por exemplo, testado no Dubai. Alexander Zosel, fundador da Volocopter, revelou que este veículo, com capacidade para dois passageiros, deverá entrar em operação real em 2022 e que a empresa já possui as devidas certificações de segurança para poder começar a voar.
Também a Airbus apresentou recentemente um projeto de um veículo que tanto pode ser um carro, que circula pela estrada, como um drone, que voa. Mathias Thomsen, responsável pela área de mobilidade urbana aérea da Airbus, salientou que «este é o futuro da mobilidade. Tirar pessoas das estradas e a colocá-las nestes veículos aéreos autónomos vai ajudar a salvar vidas». O gestor disse ainda que estes veículos vão permitir «democratizar» a mobilidade urbana aérea, que ainda hoje é vista como algo que está apenas ao alcance dos mais ricos. «Os veículos são elétricos, não há o problema do combustível. São autónomos, portanto não têm piloto. Será mais barato utilizar um destes veículos do que um carro».
Por seu turno, Francois Chopard, da Starburst Aerospace – aceleradora de startups ligada à indústria aérea e espacial – salientou que a questão da segurança praticamente já não se coloca. «A maioria das pessoas considera um veículo autónomo mais seguro do que um tripulado», disse, adiantando que «é muito mais fácil implementar a tecnologia autónoma no ar do que em terra, porque no ar não existem referências, permitindo que os sistemas reconheçam mais facilmente o que os rodeia».
Todos os intervenientes concordaram que a utilização deste tipo de veículos será uma realidade a breve prazo, mas apenas numa ótica de serviço de mobilidade que é prestado por uma entidade. Isto é, não consideram que uma pessoa possa adquirir um carro-drone para seu usufruto. Mas, mais que palavras, o melhor é mesmo ver os vídeos!
Transportes em Revista
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