sábado, 25 de novembro de 2017

Um pastor que mudou uma vida, uma viagem que mudou uma vida, um café que mudou uma vida

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa  
Um pastor sorridente, um rebanho de ovelhas, uma máquina fotográfica no banco de trás do carro. Foi há sete anos e foi este o quadro transmontano que mudou quase tudo na vida de Bernardo Conde. Até então, Bernardo fotografava só paisagens e foi a partir dali que as pessoas e as suas histórias lhe entraram pela câmara dentro. Nesse 20 de Junho, ganhou um amigo para o resto da vida dele. Adelino, o pastor, primeiro estranhou que Bernardo o quisesse fotografar, não estava bem “apessoado”, mas depois pedia-lhe isto: “Venha-me ver mais vezes.” Bernardo foi, até à morte do pastor. E aquele momento em que teve que parar o carro para o rebanho passar, na estrada que liga Amarante a Vila Real, foi um momento fundador para o fundador do Aveiro Exodus Fest, o festival de fotografia e vídeo de viagem e aventura que arranca no dia 1 de Dezembro, em Aveiro. Bernardo Conde é o protagonista desta semana e as histórias que contou à Luísa Pinto merecem ser conhecidas.
O mesmo para a história de André, Carolina, Leonor, Pedro e André Maria. Os dois primeiros são os pais, os outros os filhos que os acompanharam, em 2016, numa viagem à volta do mundo. Na verdade, não foi uma viagem, foi A Viagem, que deu o livro que a família está agora a lançar. Também foi a Luísa Pinto (que por acaso também fez uma viagem parecida, em 2012, com o marido e a filha) que os ouviu contar as peripécias desta grande aventura – e de outras que vivem na Blue Olive, a agência que criaram para ajudar famílias a organizarem viagens à medida dos seus interesses. Está tudo aqui.
Antes de embarcarmos noutros voos, uma escala em Matosinhos, para um café no Booínga. É o espaço de Carlos Vieira, um engenheiro que se reformou para continuar a trabalhar, e que terá todo o prazer em contar-lhe tudo sobre o café de especialidade, uma tendência que parece ter vindo para ficar. O Tiago Ramalho serve-o aqui, quentinho.
Agora sim, partimos para outros voos. Primeiro acompanhamos o Luís Octávio Costa até à Bulgária e espreitamos as ruínas modernas do comunismo, de Buzludzha até Sófia, passando por Varna e Shumen. São “toneladas de betão armado, colossais Transformers e maravilhosos painéis de pastilha dourada” que se deixam ver como ovnis na paisagem búlgara. É também do Luís Octávio a viagem a Sófia à boleia de Stephan Komandarev, realizador do filme Táxi Sófia, que estreia em Portugal no dia 30 e que mostra uma cidade “com uma dura realidade”. Aqui não precisa de pagar bilhete.
De Sófia seguimos para Dinant, com o texto do Sousa Ribeiro no bolso. É ele quem nos apresenta à cidade que viu nascer Adolphe Sax, o inventor do saxofone. Se isto não bastasse para nos abrir o apetite, junte-se-lhe o encanto da cidadela e, aninhada a seus pés, a igreja colegiada de Notre-Dame. Vamos?
Ou vamos antes até à Alemanha, onde o João Palma foi brincar com carrinhos? Vejam lá o que ele escreveu: “É um dos locais de visita obrigatória em Estugarda. Num edifício futurista, estão condensados 125 anos da história do automóvel, desde os primeiros carros até visões do que há-de vir, incluindo potentes máquinas e viaturas de celebridades.” Siga para o Museu Mercedes-Benz!
Por hoje é isto. E para a semana cedo lugar ao Manuel Carvalho, que está a preparar mais uma daquelas edições de vinhos que se bebem até à última letra. Volto, por isso, à sua companhia a 9 de Dezembro. Até lá, passe sempre por aqui e boas viagens. 

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