terça-feira, 9 de janeiro de 2018

360º - A história de quando Marcelo tentou mudar a lei do financiamento partidário (e falhou). PGR "acompanha" caso Centeno. A criptomoeda portuguesa

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
Mário Centeno insiste, como aqueles velhos polícias de trânsito, que não há nada para ver. O ministro das Finanças veio ontem garantir que houve um “cumprimento escrupuloso do código de conduta” no caso do pedido de lugares para ver o Benfica, que o Observador noticiou.

Depois de uma outra notícia do Observador, segundo a qual o pedido de bilhetes fugiu ao protocolo de segurança estabelecido, Centeno introduziu uma nova frase no seu discurso: o ministro assegura agora que a sua ida para a bancada presidencial da Luz foi "avaliada com o corpo de segurança pessoal", algo que antes, estranhamente, não tinha sido referido.

Há outros políticos, como Bagão Félix - que junta o estatuto de ex-ministro das Finanças de Santana Lopes com o de dedicadíssimo benfiquista - a defender que tudo isto são apenas "noticiazecas". Mas a Procuradoria-Geral da República discorda. Ao Observador, fonte oficial afirma que a PGR está a “acompanhar a situação” dos lugares pedidos por Mário Centeno “com vista a decidir se há, ou não, qualquer procedimento a desencadear no âmbito das respetivas competências”. Sendo que, “até ao momento”, não há “qualquer inquérito relacionado com a matéria”.

Mais dúvidas sobre a polémica: o Observador falou com vários juristas e a maioria entende que sim, Centeno violou o Código de Conduta do Governo com o pedido de lugares na Luz. E, além disso, ficou diminuído na sua autoridade em tudo o que diga respeito ao Benfica e deveria, por isso, pedir escusa em processos que envolvam o clube.

Aliás, ontem o Ministério das Finanças sentiu-se obrigado a emitir um comunicado para se defender de uma notícia do Correio da Manhã: perante a informação de que a PJ estaria a investigar o eventual papel de Centeno numa isenção fiscal a uma empresa da família de Vieira, o Ministério veio jurar que não houve "qualquer intervenção"


Mais informação importante
Novas denúncias sobre o caos nas urgências: enfermeiros de Guimarães contam que até na receção do hospital já estão a ser colocadas macas e queixam-se da falta de capacidade para atender os doentes em pleno pico da gripe. As fotos enviadas ao Observador mostram o que está em causa.

O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Guimarães nega “categoricamente e de forma absoluta qualquer tipo de caos ou macas em receções”. Eacusa a bastonária dos enfermeiros de incentivar a “violação do direito à privacidade” ao apelar a que sejam tiradas fotos do que se passa.

A polémica tinha começado com a divulgação deimagens das urgências hiperlotadas do Hospital de Faro.

Enquanto os partidos decidem o que fazer com a nova lei do financiamento, que o Presidente devolveu ao parlamento, convém olhar para a História: em 1996, pouco depois de assumir a liderança do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa quis acabar de uma vez por todas com as suspeitas em torno do financiamento partidário. Mas falhou. O Miguel Santos Carrapatoso conta como tudo se passou.

A campanha interna do PSD está na fase das entrevistas televisivas. Ontem, na SIC, Rui Rio defendeu que deve haver um superávite nas contas públicas, "para poderem ter défice quando a economia começa a cair". O candidato acha que esta sua opinião é "politicamente incorreta". Hoje, é Santana Lopes quem vai à SIC.

Depois de o Presidente angolano, João Lourenço, ter dito ontem que a forma como Portugal está a lidar com o caso Manuel Vicente é uma “ofensa”, há mais dois dados para perceber o conflito:
  • A Procuradoria-Geral da República negou ao Observador que esteja em curso qualquer transmissão dos autos da Operação Fizz para Luanda. Ou seja: o antigo vice-Presidente de Angola vai mesmo ser julgado em Portugal a partir de dia 22;
  • António Costa continua, ao fim de cinco semanas, a não divulgar (nem homologar) o parecer que pediu ao conselho consultivo da PGR sobre se Vicente está ou não protegido por imunidade, lembra o Público.

Segundo António Costa, tanto o défice como a dívida vão ficar abaixo das estimativas: 1,2% e 126,2%, respectivamente.

Antónia Mexia deve continuar como CEO da EDP e Luís Amado passará a presidente do conselho geral e de supervisão. É essa a proposta dos accionistas que será apresentada na assembleia geral da empresa, a 5 de abril.

Uma criptomoeda portuguesa ficou a valer mais de 650 milhões de euros em 24 horas. A Appcoins é a moeda virtual da Aptoide, que se tornou na primeira loja de apps do mundo a ter uma moeda virtual.

O Inspetor-Geral da Autoridade para as Condições de Trabalho foi demitido na sequência de um processo disciplinarpor divulgar informações pessoais de uma funcionária. A notícia é do Público.

A Coreia do Norte vai participar nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, já no próximo mês. Além dos atletas, até vai uma claque de apoio. É o primeiro resultado do retomar das conversações entre os dois países.


Os nossos Especiais
 
"Senti-me muitas vezes infeliz com o sucesso". Numaentrevista de vida, Manel Cruz responde a todas as perguntas, da infância aos Ornatos Violeta, passando pelos filhos e pelo novo álbum, que sai na Primavera. 
 

A nossa Opinião

Rui Ramos escreve sobre as classes médias: "Em Portugal, a sociedade está a ser esvaziada a favor do Estado. O horizonte da classe média é hoje o de uma dependência precária e modesta do poder político. É a democracia que está em causa".

João Marques de Almeida escreve que "Rui Rio quer liderar um PS/B": "Dito de um modo mais claro, no dia 13 os militantes do PSD vão decidir se querem que o seu partido seja uma alternativa de governo ao PS, ou se querem reduzi-lo a uma espécie de PS/B".

Paulo Trigo Pereira escreve "Financiamento partidário: que aprendemos com o debate?": "É impopular falar de assistentes, salários de deputados e financiamento partidário? É. Mas temos de o debater se queremos dignificar e reforçar a democracia. Os populismos combatem-se com argumentos".

Laurinda Alves escreve "Três bofetadas por António Fragoso": "António Fragoso morreu a 13 de Outubro de 1918. Poucas horas antes de morrer, muito fraco e febril, subiu as escadas para se sentar ao piano e tentar acabar a sonata que ficou inacabada. Não foi capaz".

E ainda um regresso: antes de ser ministro da Educação, Nuno Crato distinguiu-se pelo seu trabalho de divulgação científica, que lhe valeu dois prémios internacionais. Agora volta a fazê-lo, quinzenalmente, no Observador. O artigo de estreia tem o título "Star Wars: dos erros científicos ao esquerdismo retrógrado": "Arthur C. Clarke, Isaac Asimov e outros criadores de ficções imaginativas e inteligentes mostraram-nos que se pode ser criativo sem maltratar a racionalidade científica, o que não sucede em Star Wars".


Notícias surpreendentes

O discurso de Oprah Winfrey nos Globos de Ouro provocou tanta euforia que passou de Hollywood para Washington. Toda a gente pergunta: a apresentadora quererá ser a próxima presidente dos Estados Unidos? Os seus amigos dizem que Oprah está "seriamente a pensar" nisso.

A vida de Oprah mete carros, política e lágrimas, muitas (mesmo muuiiiitas) lágrimas. O Manuel Pestana Machado lembra os sete momentos mais marcantes

A actriz Daniela Ruah vai ser uma das apresentadoras do festival da Eurovisão, que se realiza em Lisboa a 12 de Maio.

A polémica revista Interviú (a primeira publicação espanhola com imagens de mulheres nuas) fechou.Chegou a vender um milhão de exemplares e publicava também grandes investigações. Lembre-a aqui.

Agora é que é: parece que afinal a cafeína faz mesmo bemà saúde. São vários estudos e vários cientistas a garantir que sim.
 
Se já tomou o seu café matinal (e está, portanto, de óptima saúde), venha conhecer as últimas notícias aqui.
Até já!
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