David Dinis, Director
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Bom dia!
Esta foi uma noite de emoções. Vamos começar por aí?
João Lourenço despediu mais um filho de Eduardo dos Santos. José Filomeno foi exonerado do Fundo Soberano de Angola, apenas dois dias depois do novo Presidente ter deixado em suspenso o seu lugar. Da família directa do ex-Presidente, já não sobra ninguém nas empresas públicas.
Donald Trump não diz se aceita falar com o procurador-especial, na investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais. "Falarei com os meus advogados. Veremos o que acontece", respondeu aos jornalistas. Em Junho, Trump prometia que sim: "100% disponível", recorda o New York Times.
Harvey Weinstein foi agredido e insultado num restaurante. O consagrado produtor de Hollywood, que caiu em desgraça depois de ter sido acusado de assédio sexual e violação, foi agredido num restaurante no estado norte-americano do Arizona. O incidente foi filmado.
Levaram milhões em jóias do Ritz de Paris. Um grupo de homens armados com machados assaltou um dos históricos hotéis parisienses. Dois dos cinco conseguiram fugir com quatro milhões nas mãos (em valor).
A Taça de Portugal deu dois sustos e um feito histórico: foi preciso muito sofrimento, e um golo de Bas Dost, para o Sporting bater o Cova da Piedade e seguir para as meias-finais; foram precisos oito golos e 10 penáltis para o Desp. Aves se manter na prova; foi precisa uma reviravolta para o Caldas chegar ao feito da noite - ser a primeira equipa da terceira divisão a chegar lá.
O que marca o dia
Rui Rio usou recortes e Marcelo para equilibrar os debates. O ex-autarca decidiu sair das cordas e passou ao contra-ataque, no duelo de ontem na TVI. Santana Lopes tentou mostrar um Rio aos ziguezagues e preso ao défice zero, mas desta vez Rui Rio ia preparado para ir à luta. O debate sobre o PSD foi, assim, mais equilibrado do que o primeiro, como conta a Sofia Rodrigues. Mas, também é verdade, a discutir cada vez menos ideias - como anotou, ponto a ponto, a Sónia Sapage. E conclui o Manuel Carvalho, no Editorial: "O pesadelo do PSD está quase a chegar ao fim".
Miguel Relvas acha que "vamos ter um líder para dois anos". "Se não ganhar as legislativas, será posto em causa", admite o ex-ministro na entrevista ao PÚBLICO e Renascença, explicando ao PSD que o risco é termos um Governo PS/Bloco, anotando "dois erros" de Rio nesta campanha - mas também um de Santana na Santa Casa. E quem pode ficar para o futuro? Relvas não hesita: Montenegro, Pinto Luz e... Marques Mendes.
Relvas acha que a nossa justiça tem “visão neocolonial sobre Angola”. Na mesma entrevista, o agora empresário não tem dúvidas em dizer que "não podemos ter a presunção de questionar se a justiça de Luanda é independente", na certeza de que o julgamento de Manuel Vicente, ex-vice-Presidente de Angola, devia ser feito por lá.
As relações com Angola estão no topo das preocupações de Marcelo. Conta-nos a Leonete Botelho que o Presidente adiou para Outubro uma decisão sobre a PGR e que, até lá, Marcelo tem outras prioridades. A principal é resolver precisamente o diferendo com Luanda sobre o caso Manuel Vicente, onde Belém e São Bento se sentem de mãos atadas. Mas, é claro, as coisas andam muito ligadas.
No Brasil está a ser julgado um português. Duarte Lima está a ser julgado por crime de abuso de confiança. E, ontem, um afilhado de Rosalina Ribeiro, assassinada no Brasil em 2009, deu mais uma pista que deixa o ex-deputado em maus lençóis.
No Parlamento, a esquerda segurou a lei de estrangeiros. E votou contra as restrições propostas pela direita. Entretanto, ficamos a saber que foram estrangeiros a comprar 25% das casas vendidas em 2017, diz o Dinheiro Vivo.
Ao mesmo tempo, a esquerda deixou pendurada uma proposta sobre a cannabis. O PS diz-se a favor das leis sobre uso terapêutico de cannabis, mas deu liberdade de voto aos deputados nos dois projectos - deixando-o em risco de chumbo. Isto no dia em que a medida ganhou um apoio de peso: o da Ordem dos Médicos (mas sem inalar).
Mas a grande discussão foi sobre o estado do SNS. O ministro desafiou os deputados a fazerem visitas-surpresa aos hospitais, para mostrar que não há caos algum. Mas não convenceu o PCP (que pede um reforço orçamental).
Centeno reteve a maioria das cativações até à última. O Governo só gastou um terço da "almofada financeira" até Novembro.
Os atrasos nas tabelas da ADSE custaram um milhão aos utentes. Agora, a direcção do organismo pede "urgência" nas decisões, conta-nos a Raquel Martins. O Negócios acrescenta uma nova proposta: a ADSE propõe pagar menos a privados da saúde.
Mesmo a chegar está um concorrente da Uber. A Taxify começa hoje em Lisboa, com preços mais baixos - e já a pensar em chegar ao Porto e Algarve. Quanto à regulamentação, é capaz de chegar em Fevereiro (se for desta que os deputados cumprem a promessa).
Na banca, as novidades são estas: o Montepio passou no teste de stress e não precisa de reforço de capital, noticiou o ECO. E a Santa Casa diz agora que só entra com desconto.
Leituras extra
1. As nossas cidades são capazes de se alimentar? Sabemos quantos alimentos são produzidos à volta das nossas cidades? Quantos entram diariamente e quantos saem? Quantos são efectivamente consumidos? E durante quanto tempo teríamos comida em caso de catástrofe, greve ou outro factor que alterasse o sistema existente? A Alexandra Prado Coelho teve acesso a um estudo sobre a forma como as cidades se alimentam - e põe-nos a pensar sobre as mudanças de que precisamos no futuro. Ou será no presente?
2. A molécula que faz as células andar para trás no tempo. Uma equipa do Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, descobriu uma molécula que ajuda a reverter células adultas – e velhas – em células com a enorme plasticidade das embrionárias. Por que é isto importante? Porque é muito difícil fazê-lo em células envelhecidas. A regeneração de tecidos dos doentes ficou agora um pouco mais facilitada, explica a Teresa Firmino.
3. Bannon: o homem que liderou a América e acabou no desemprego. Chamaram-lhe "o grande manipulador" e "Presidente Bannon", e foi por isso que a Casa Branca lhe caiu em cima. Lá dentro, aprendeu que ninguém pode ser maior do que Donald Trump. O Alexandre Martins trata de contar a história, que mais parece de um livro (e, na verdade, é mesmo).
A agenda do dia
Já daqui a pouco, às 10h00, Rui Rio e Santana Lopes vão a um tira-teimas: hoje é a vez do debate das rádios, o último dos antes das directas de sábado. Já durante a tarde, o Parlamento lança a discussão sobre o uso da cannabis para uso medicinal. E logo depois haverá um ponto de situação da DGS sobre a gripe em Portugal.
Lá por fora, acaba hoje a primeira fase de negociações para formar um Governo na Alemanha - entre a CDU de Merkel e o SPD (haverá acordo?). Com um olho em Berlim, o presidente eleito do Eurogrupo vai a Paris, encontrar-se com Emmanuel Macron - sim, é Mário Centeno. Pelo meio, o Papa Francisco vai ao circo com sem-abrigo, presos e refugiados.
É assim que o dia começa.
Como diria a Adriana Calcanhoto: "Vambora"?
Dia produtivo, dia feliz! Até amanhã!
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