360º
Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
... Rui Rio e Santana Lopes devem ter estado bem acordados, a digerir o debate de ontem à noite, na televisão, e a preparar o de hoje de manhã, às 10h, nas rádios. Na TVI, houve três pontos relevantes:
- Rio cedeu àquilo que tinha classificado como "truques" e levou vários recortes de jornais antigos para confrontar Santana com as suas contradições ao longo do tempo;
- Os dois aceitaram falar longamente sobre uma possível derrota do PSD nas legislativas, sendo que Rio admite viabilizar um governo PS minoritário, enquanto Santana só o faria com um pedido de desculpa dos socialistas (por escrito) por terem tirado o PSD/CDS do poder com a "geringonça";
- Santana quer renovar o mandato da procuradora-geral da República e Rio nem admite falar sobre isso.
Onde está a verdade, a mentira e as meias-verdades por trás destas palavras? O nosso Fact Check analisa as 8 principais afirmações dos dois candidatos.
Além das palavras, convém olhar para os gestos. Numa nova rubrica em vídeo do Observador, "Corpo a Corpo", o especialista em linguagem corporal Rui Mendes explica o que significam o dedo em riste, as mãos entrelaçadas e a boca seca de Rui Rio.
Ainda sobre a luta pela liderança no PSD, Miguel Relvas, que se vê a si próprio como o grande pensador do partido, diz: “Vamos ter um líder para dois anos. Se ganhar as eleições continua, se não ganhar será posto em causa”. Apoiante de Santana Lopes, dá hoje uma entrevista à Renascença e ao Público.
O Presidente da República não gostou nada, nada, nada de ouvir a ministra da Justiça e o primeiro-ministro a falarem sobre a renovação (melhor: não renovação) do mandato da procuradora-geral da República. Marcelo sentiu-se obrigado a emitir uma nota a lembrar que tanto ele como o Governo sempre entenderam que o assunto só se coloca em outubro.
De qualquer forma, o PS insiste (lá saberão porquê): Carlos César, presidente do partido, defendeu que o mandato de Joana Marques Vidal não deve ser renovado.
Há outro tema que preocupa mais Marcelo do que este, segundo o Público: as relações com Angola por causa do julgamento de Manuel Vicente. O jornal diz que o Presidente está "atento". Só uma sugestão: que tal deixar a Justiça funcionar sem estas fitas?
De Luanda, chegam notícias do filho que faltava: o Presidente de Angola exonerou ontem José Filomeno dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos, do Fundo Soberano. Motivo invocado: "conveniência de serviço". (Para saber tudo sobre a descendência do ex-Presidente angolano, recuperamos o texto "O varão, o artista e o filho mistério. Quem são os 10 filhos de José Eduardo dos Santos?".)
A Ordem dos Médicos emitiu um parecer sobre o uso de canábis para fins terapêuticos. Aceita a prescrição como medicamento, mas não na forma fumada. O tema é discutido hoje no parlamento.
A PJ pode ter encontrado em Gouveia a 112.ª vítima dos incêndios do Verão. Trata-se de um homem de 40 anos desaparecido desde outubro, escreve o JN.
Uma em cada quatro casas vendidas em Portugal em 2017 foram compradas por estrangeiros - franceses, brasileiros, britânicos e chineses. Os números estão no DN.
A partir de hoje, existe mais um concorrente da Uber e da Cabify (e, já agora, dos táxis): a Taxify já tem 600 motoristas em Portugal. A Ana Pimentel dá os detalhes.
Entre janeiro e novembro de 2017, houve 400 atropelamentos com fuga em Portugal. Os dados, do Ministério da Administração Interna, são avançados pelo JN.
O Sporting venceu o Cova da Piedade por 2-1, mas só depois de suar muito. Na crónica do jogo, o Bruno Roseiro escreve que ficou provado que, com Bruno Fernandes e Bas Dost, o Sporting não "é outro", como dizia Jesus - é único.
Para Jesus, deve ter sido um jogo com muitas recordações. Na época 1972/1973, ele foi emprestado pelo Sporting ao Cova da Piedade, quando ainda trabalhava como soldador. Lembre como era o JJJ (Jorge Jesus, o jogador).
Também na Taça de Portugal, uma novidade que foi uma euforia: o Caldas e o Desportivo das Aves apuraram-se pela primeira vez para as meias-finais e vão agora jogar um com o outro.
Foi um assalto espalhafatoso a uma joalharia no Hotel Ritz de Paris. Três homens foram detidos e dois fugiram numa motorizada com as jóias, avaliadas em vários milhões de euros.
Os nossos Especiais
A vida do socialista Emanuel Martins vai da maçonaria à fundação “O Século”, com Isaltino Morais pelo meio. E agora ainda entra a PJ, que está a investigar suspeitas de peculato e abuso de poder. A Rita Tavares conta as peripécias e confusões da vida deste homem.
A nossa Opinião
José Manuel Fernandes escreve "Ter medo de ser o que se é": "Porque é que em Portugal, e em especial no PSD, poucos têm a frontalidade de defenderem o que pensam só porque julgam que isso não é conveniente, não é popular ou ofende a brigada dos bons costumes?".
Helena Garrido escreve "Montepio, ou como os pobres podem salvar os pobres dos erros dos ricos": "O problema do Montepio não se resolve apenas com dinheiro. A Santa Casa pode contribuir para uma solução mas nunca com o valor que está a dar ao banco e menos ainda sem exigir outras mudanças".
Paulo Tunhas escreve "Fragilidade ou impureza?": "Hollywood segrega agora um macartismo da sua própria lavra, talvez não menos horrível do que o outro e recebendo a beatífica unção do 'anti-trumpismo'. O grotesco passou a ter ali um lugar de eleição".
Notícias surpreendentes
Um dos grandes vencedores dos Globos de Ouro deste ano estreia hoje em Portugal - e não, não estou a falar de Oprah Winfrey. "Três Cartazes à Beira da Estrada", passado numa pequena vila do sul dos EUA, merece quatro estrelas.
Também estreia hoje “A Hora Mais Negra”, onde o Churchill de Gary Oldman é melhor do que o filme. Eurico de Barros dá-lhe duas estrelas.
E esta semana pode ainda ver “Pop Aye”, um “road movie” à maneira tailandesa.
Um grupo de 30 feministas francesas respondeu à carta assinada por 100 mulheres, entre elas a atriz Catherine Deneuve, crítica do movimento #metoo. “Os porcos e seus aliados estão preocupados? É normal”.
Por falar em resposta: um homem deu duas bofetadas em Harvey Weinstein num restaurante. O vídeo está aqui.
As fotos parecem normais, mas quando se lê as legendas percebe-se porque é que levaram à expulsão de um fotógrafo francês da Coreia do Norte. Entre 2008 e 2012, Eric Lafforgue esteve seis vezes no país e conseguiu sempre publicar imagens ilegais. Até que o regime descobriu estas 37 fotografias.
Depois de ver as fotos, prepare-se para o terceiro e último debate entre Santana Lopes e Rui Rio. Vamos seguir tudo em direto aqui.
Até já!
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Rua Luz Soriano, n. 67, Lisboa
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