O fadista António Pelarigo, de 64 anos, intérprete de "Fado da Balada", morreu hoje, em Santarém, disse à agência Lusa um familiar.
O fadista, com mais de 40 anos de carreira, estreou-se no fado aos 20 anos, no Ribatejo, mas a sua discografia é diminuta.
“Acasos da vida, histórias que são afinal o verdadeiro fado, por uma ou por outra razão, levaram também a que não gravasse muito”, disse o fadista, em setembro de 2014, à agência Lusa, nas vésperas de editar o seu primeiro álbum, que foi produzido pelo músico José Cid.
A carreira do fadista ficou sempre em segundo plano, como disse à Lusa, tendo exercido outras atividades, como as de agricultor, pastor, mecânico e caixeiro-viajante.
Começou a trabalhar em criança, "por volta dos dez anos", e casou-se aos 19 anos, tendo sido pai pela primeira vez aos 24.
A preocupação pela família "falou sempre mais alto, face à incerteza que representava uma carreira fadista", disse à Lusa o fadista que, em 1994, gravou o disco "Xaile Negro", e chegou a fazer parte do elenco da casa de fados O Embuçado, em Lisboa, atualmente encerrada.
O primeiro álbum, editado em CD em 2014, foi apresentado em Lisboa e em Santarém, sua cidade natal. Reúne doze temas, com letras assinadas, entre outros, por Rosa Lobato de Faria, Maria Manuel Cid, José Cid, Paulo de Carvalho e Maria Luísa Baptista. O fadista assinou a letra e a música de “Senhora da Paz”.
O fadista escalabitano disse então que este era “um álbum desejado”, e que tinha superado as suas expectativas.
António Pelarigo fez a sua carreira ao lado de protagonistas do fado. Participou na antologia “O mais triste fado”, com Fernanda Maria, Fernando Maurício, António Rocha e António Mourão, entre outros, e o seu nome pode ser também encontrado em diversos discos de compilações de fado.
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