David Dinis, Director
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Bom dia!
Refeito das emoções de ontem?
O derby acabou com um prémio: o Sporting esteve a ganhar, o Benfica foi avassalador - mas só mesmo no final é que arrancou um empate. Como diz o Tiago,o risco total acabou por compensar, num jogo muito intenso onde nem os erros de arbitragem faltaram. Quem ganhou foi o FC Porto, que saiu líder isolado de um castelo de nervos.
Na Casa Branca os nervos estão à flor da pele. O ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon, escreveu um livro onde admite que o filho do Presidente pode ter cometido "traição" - e Trump já diz que o seu ex-assessor "enlouqueceu" (a porta para essa história é aqui). Mas há um segundo livro a agitar a Presidência: chama-se Fire and Fury: Inside the Trump White House e nós já seleccionámos oito das revelações que vão deixar Trump ainda mais furioso.
Em França, Macron declarou guerra às notícias falsas. E pôs tudo numa lei, para dar mais poder à justiça e aos reguladores dos media.
Já na Alemanha, reina a esperança: CDU e SPD voltaram ontem a negociar e subiram as expectativas num acordo ao centro num breve comunicado: "A confiança aumentou".
O que marca o dia
Centeno guardou um prémio para o ano de eleições: agora que conhecemosas novas tabelas de retenção na fonte do IRS, as simulações da consultora PwC mostram que uma parte da descida do imposto ficará guardada nas Finanças para 2019. A notícia faz a nossa manchete de hoje.
O caso do financiamento dos partidos tem um novo acto. E é uma acta - que ninguém conhecia e que diz o que não aconteceu. O mistério é contado pela Maria Lopes. Enquanto a Sofia nos dá outra notícia: o CDS vai mais longe que Marcelo e quer travar a retroactividade da lei. O que me leva aos seis reparos de Marcelo ao diploma vetado; também ao oportuno comentário da Leonete, onde ela explica que não chega tirar duas normas para fazer uma lei melhor; e ainda à opinião de Xavier de Basto, o "pai do IVA", num lamento sobre "o Natal da ignorância".
A entrevista PÚBLICO/Renascença é sobre a "transparência" da política - e as novas regras que aí podem vir do Parlamento. É a Fernando Negrão, o deputado que coordena esse grupo de trabalho, que admite "alguma culpa dos políticos" na imagem negativa dos partidos. Acrescentado esta nota: "Hoje, sabemos bem, os deputados não têm o poder que deviam ter, porque não têm meios de trabalho. Não têm assessores com qualidade para ter iniciativa legislativa e o Parlamento vai-se transformando num instrumento do Governo."
Já o debate do dia é entre Santana e Rui Rio. O que me levou de volta aos programas dos candidatos, até à conclusão de que o desapertar os cordões à bolsa é o que mais os afasta. Hoje temos também uma espécie de duelo de apoiantes/ constitucionalistas, com Blanco de Morais a dizer não a Santana (explicando porque não lhe dá segunda oportunidade) e Bacelar Vasconcelos a dizer que não foi Santana a abrir caminho a Sócrates. Fora do jogo dos apoios, é Poiares Maduro quem se atreve a deixar conselhos aos candidatos: "Chamem-me o que quiserem".
Há mais algumas notícias que merecem registo rápido:
- A maneira como o Ministério da Educação vai decidir quem sobe nas carreiras(mais apertada);
- As novas regras contra o vício no jogo (mais duras, como nas drogas).
- O registo obrigatório das denúncias de racismo nas cadeias.
- A ameaça americana de excluir Portugal da isenção de vistos.
- A promoção portuguesa na missão de paz na República Centro-Africana.
- A tensão crescente entre a EDP e o regulador.
- E a investigação de Bruxelas à venda pelo BES de produtos a emigrantes lesados.
Outras leituras
Primeiro do Internacional: afinal, o que é que está a acontecer no Irão? A resposta certa é que os manipuladores dos iranianos são agora alvos dos seus protestos, como explica a Sofia Lorena, ao fim de sete dias de protestos num dos países mais sensíveis para a geopolítica mundial. Mesmo sem terem a força de uma revolução, estes protestos podem ser o rastilho que faltava a Trump para criar um problema nuclear. Será este o princípio de uma crise mundial em 2018?
Também um tema de ciência: como a carne vermelha se tornou uma das causas de cancro. É certo: a carne vermelha em excesso pode prejudicar a saúde dos humanos. Mas como aconteceu isso? Cientistas dos Estados Unidos percorreram milhões de anos para agora dizerem que um dos contributos é de um gene e do seu açúcar tóxico. A Teresa Serafim explica-nos aqui.
E uma polémica na cultura, contada pela Lucinda Canelas: Céline e o seu anti-semitismo voltam para incomodar a França. A Gallimard vai reeditar este ano os panfletos anti-semitas daquele que é um dos grandes escritores do século XX - pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O Governo já disse que preferia que não o fizesse. Previsivelmente, o debate instalou-se. A pergunta que abre o nosso texto é esta: "Quando os grandes escritores são também fervorosos anti-semitas devemos deixar que a sua obra se esgote e desapareça das prateleiras de livrarias e bibliotecas ou devemos reeditá-la?" A resposta? Procure aqui.
A agenda do dia
Hoje é dia de debate entre Rui Rio e Santana Lopes (às 21h00, na RTP), por fim abrindo uma campanha a que só restam 10 dias. Já de manhã, a Assembleia decide o que fazer ao veto de Marcelo à lei de financiamento dos partidos. Em Tróia, os agentes da Justiça tentam fechar um pacto que ajude a melhorar o sector. Enquanto a Fenprof define os protestos para o resto do ano escolar. Aguarde também uma palavra da Porto Editora - mais precisamente, a escolha da palavra do ano de 2017: afectos ou incêndios?
Em Espanha, o Supremo decide se deixa em liberdade Junqueras, um dos líderes da revolta independentista. No momento em que a representante da UE chega a Cuba, para estreitar relações com o regime a quatro meses da saída do líder Raul Castro.
Por hoje despeço-me, com uma última sugestão: Mandy Harvey não ouve, mas sente a música nos pés descalços. A sério: leia o texto, ouça a música. Chama-se "Try".Why not?
Dia bom! Até amanhã!
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