Programa do HFF já permitiu a colheita de 153 órgãos. |
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) continua a participar ativamente nos resultados favoráveis obtidos a nível nacional na disponibilização de órgãos e tecidos para transplante.
Os números apresentados pela Coordenadora Hospitalar de Doação, Ana Paula Fernandes, mostram que nos últimos quatro anos foram colhidas, no hospital, mais de 170 córneas e, nos últimos dois anos, foram feitas mais de 900 colheitas de células estaminais do cordão umbilical.
A funcionar desde 2009, o Programa de Doação no HFF já permitiu a colheita de 153 órgãos, vitais e essenciais para transplantes. Entre esses órgãos contam-se 81 rins, 58 fígados, cinco pulmões, quatro corações e dois pâncreas.
Em simultâneo, o hospital tem a funcionar três programas operacionais na área da doação: a doação de órgãos em morte cerebral, a doação e colheita de tecidos e a colheita de células estaminais de cordão umbilical.
Desde 2016, o HFF integra o grupo de hospitais reconhecido pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação para a colheita de células estaminais para o Banco Público de Células do Cordão Umbilical. Nestes dois anos de atividade, o HFF efetuou 976 colheitas de sangue de cordão, contribuindo, assim, para dar resposta às necessidades de diversificação genética das células disponíveis para tratamento de doenças hematológicas.
Aposta na inovação
A participação do hospital no programa de âmbito nacional que visa a colheita de órgãos para transplante leva a iniciativas várias, das quais se destaca a utilização de um software desenvolvido em colaboração com a Direção de Tecnologias de Informação do Hospital Fernando Fonseca, que permite sinalizar as situações de lesão cerebral graves que possam evoluir para a doação de órgãos após a morte. Este instrumento de trabalho, que se inscreve na transformação digital que está a ser operada no HFF, permitiu identificar e avaliar, no ano passado, 125 casos de vítimas de lesões neurológicas graves, minimizando a possibilidade de perda de dadores de órgãos.
No ano de 2017, o Núcleo de Coordenação Hospitalar de Doação e o Departamento da Qualidade do HFF desenvolveram e implementaram o Programa de Certificação da Qualidade dos Processos de Doação e Colheita de órgãos, tecidos e células a nível hospitalar, tornando-se o primeiro hospital da rede nacional de doação a implementar um projeto desta natureza nesta atividade.
Números nacionais
Mais de mil órgãos para transplante foram colhidos este ano, a nível nacional, em dadores falecidos. Os números representam um aumento de 8% (75 órgãos) em relação aos valores do ano passado e refletem também a contribuição crescente da doação em paragem cardiocirculatória. A este número associa-se o acréscimo de dadores vivos de rim, com aumento de 18,5% (77 dadores).
Ao aumento do número de órgãos colhidos, associa-se um aumento do número de transplantes realizados em 2017, a nível nacional: 895 transplantes, mais 3,5% (31 transplantes) do que em 2016.
Apesar da melhoria dos resultados nacionais, a escassez de órgãos e tecidos para transplante continua a ser uma realidade entre nós, traduzida por mais de dois mil doentes em lista de espera, a grande maioria para rim.
Uma contínua sensibilização da população e dos profissionais de saúde para a doação e uma eficaz organização dos processos de colheita são medidas propostas pela Coordenadora Hospitalar de Doação, para garantir uma melhoria contínua nesta atividade e permitir salvar e melhorar a qualidade de vida de muitos doentes.
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