Colegas de trabalho da mãe de Maëlys de Araújo ofereceram-lhe horas para que ela possa recuperar.
É um pouco de luz num drama negro. Os colegas de trabalho de Jennifer Cleyet-Marrel, mãe de Maëlys de Araújo - menina de nove anos que, em agosto, desapareceu de uma festa de casamento numa localidade francesa e cujo corpo foi encontrado na passada quarta-feira -, ofereceram-lhe horas de trabalho, de forma a que possa ter uma licença de quase três anos, período que servirá para tentar recuperar da tragédia, mas salvaguardando o posto de trabalho.
No total, os mais de 1300 funcionários do hospital de Pontarlier, próximo da fronteira com a Suíça, disponibilizaram 572 dias, o que, somado aos dias de descanso a que Jennifer - que trabalhava como enfermeira - tinha direito, perfaz quase três anos.
"Esta solidariedade não nos surpreendeu, mas, ainda assim, ficámos muito emocionados", disse a responsável sindical da Confederação Geral do Trabalho no hospital, Lydie Lefebvre.
Entretanto, o autor confesso da morte da lusodescendente, Nordahl Lelandais, foi hospitalizado perto de Lyon, anteontem, à noite, disse, ontem, uma fonte próxima do processo.
"Não houve uma tentativa de suicídio", disse a fonte, citada pela agência noticiosa France Press.
Após ter confessado a morte de Maëlys, Lelandais, passou a estar sob vigilância a cada 45 minutos na prisão onde estava detido, precisamente para evitar uma eventual situação daquela natureza, adiantou a mesma fonte, confirmando uma informação do jornal regional "Le Dauphiné Liberé".
O ex-militar, de 34 anos, foi hospitalizado por precaução, a pedido do seu advogado, Alain Jakubowicz.
Maëlys desapareceu a 27 de agosto do ano passado, em Pont-de-Beauvoisin, no leste de França. Na passada quarta-feira, Lelandais confessou o crime.
Fim da ignorância
"Até agora, os pais estavam na pior das situações, na ignorância do que tinha acontecido à criança. Nesta noite, eles sabem que a filha morreu, que foi morta e há alguns minutos descobrimos os restos [mortais] da criança", indicou o procurador de Grenoble, Jean-Yves Coquillard, numa conferência de imprensa realizada no dia da descoberta.
Na mesma ocasião, Coquillard esclareceu que o suspeito decidiu falar com os juízes de instrução após a descoberta de uma mancha de sangue na mala do seu carro.
"Nordahl Lelandais disse que matou Maëlys involuntariamente e desfez-se do corpo" e "pediu desculpas aos pais de Maëlys, a Maëlys e aos juízes de instrução", declarou o representante.
No dia seguinte, os investigadores anunciaram ter encontrado "quase todos" os restos mortais da menor. Por determinar estão ainda as circunstâncias da morte.
Na altura, Coquillard, referiu, em declarações à France Presse, que "quase todo o esqueleto" da criança e "roupas e um sapato" foram encontrados no mesmo local onde foram localizados, na quarta-feira, o crânio e outros restos mortais da menina lusodescendente.
No mês passado, o tribunal de Grenoble rejeitou o pedido de libertação de Lelandais, considerando que a detenção era necessária à continuação da instrução do processo".
Lelandais, cujo perfil psicológico continua a confundir os investigadores, é, desde 20 de dezembro, o principal suspeito de um outro homicídio, o do cabo Arthur Noyer, ocorrido em abril passado naquela mesma região, em Chambéry.
Fonte: JN
Comentário: Qual a natureza do próximo que tenho ao meu lado, ou que cruza comigo num passeio qualquer? Será ele ou ela um(a) potencial criminoso(a)?
Quais as motivações que levaram aquele criminoso a destruir um ser humano indefeso, frágil, inocente de tudo? Estamos nós na presença de desvios atávicos da conduta do homem em sociedade? Certamente.
J. Carlos
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