David Dinis, Director
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Ora viva!
A semana de Páscoa começa com notícias tristes:
Na Sibéria, um incêndio num centro comercial fez 53 mortos, pelo menos. Segundo a BBC, que cita as autoridades locais, pode haver 41 crianças entre as vítimas mortais.
Na América, uma 'estrela' porno diz ter sido ameaçada, para que mantivesse o affair com Trump em segredo. Stormy Daniels foi ao 60 Minutes, daCBS, lembrar um caso com 12 anos.
Em Itália, anuncia-se um casamento de populistas: o líder do Movimento 5 Estrelas elogiou a “lealdade” de Salvini, depois de os dois fecharem um acordo para liderarem as duas câmaras do Parlamento. Um acordo para formar Governo já pareceu mais longe.
Na Catalunha houve distúrbios e protestos contra a detenção de Puigdemont. As secretas espanholas seguiram o antigo presidente da Generalitat e este acabou por ser detido este domingo. Hoje de manhã, Puigdemont é ouvido num tribunal alemão - e o mais provável é que seja entregue a Madrid. Em Barcelona, a noite foi difícil de gerir para as polícias. Politicamente, mantêm-se abertas todas as hipóteses, mesmo a tentativa de voltar a tentar investir o ex-líder, conta a Sofia Lorena.
Por cá, morreu Manuel Reis, o “príncipe da noite que iluminou Lisboa”. Que descanse em paz.
O que marca o dia
Uma vitória de Centeno: o peso dos salários do Estado na economia está em mínimos de 29 anos. E é quase um ovo de Colombo, como explica o Sérgio Aníbal.
Uma notícia chata para o Orçamento. A recapitalização da CGD vai contar mesmo para o défice, diz o ECO esta manhã.
Um problema de contas no negócio do Montepio. Problema, porque a Mutualista e a Santa Casa fazem as contas com números diferentes, explica oNegócios.
Um aviso da CAP sobre a limpeza das matas: “Se o Estado ultrapassar o razoável tem de indemnizar os proprietários”, diz em entrevista ao PÚBLICO o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa.
... E também sobre a legislação laboral: “É inadmissível”, hoje, reabrir uma “reforma estrutural” feita há poucos anos, diz Oliveira e Sousa.
... onde o PCP deixou o Governo sem garantias: a taxa sobre a rotatividade de contratos a prazo não tem maioria à esquerda, já avisava no sábado a Raquel Martins. Jerónimo de Sousa confirmou-o este fim-de-semana.
Um novo 'polícia' para controlar os políticos. Melhor dizendo, para verificar os seus rendimentos. A ideia foi do Bloco, mas já tem o apoio de toda a esquerda, garante o DN.
Serão nulas as listas eleitorais que não cumpram 40% por género. As alterações à Lei da Paridade têm aprovação garantida no Parlamento: PSD e BE juntam-se ao PS para votar “sim”, o CDS terá liberdade de voto e Cristas assume que vota a favor, conta-nos a São José Almeida.
Acrescentar um ponto
1. A vida debaixo do microscópio do Facebook é normal? A gigante das redes sociais admitiu que milhões de dados dos utilizadores foram vendidos a campanhas políticas - mas o número de utilizadores pouco mudou desde que o escândalo rebentou. Ter empresas a usar os nossos dados começa a ser visto como normal, diz a Karla Pequenino, mas isso não quer dizer que viver assim o seja. Para ficarmos conscientes, isto é o que os gigantes da Internet sabem da nossa vida (e os culpados somos nós?); e isto é o que esta ferramenta pode fazer a ditadores e genocidas (quanto sono perderá o Facebook com isto?).
2. “Andamos a comer animais stressados”. Susete Estrela nasceu no campo e orgulha-se de ser filha de agricultores. Estudou Engenharia Alimentar e já foi auditora, formadora e consultora. Escreveu Sabe o Que Anda a Comer? onde alerta para os problemas de segurança alimentar. A nossa Bárbara Wong leu-o e pensou: “Agora não vou comer mais… na vida!”. Mas o que o livro fez foi abrir-lhe o apetite para uma boa conversa, saudável e sem stress.
3. Silvina está cá há oito anos, mas o filho ainda não tem direito ao SNS. Parece Kafka, mas é não é dos livros: "Silvina esteve anos até conseguir trazer os filhos de Cabo Verde. Quando finalmente chegaram, o SEF marcou a data de entrega do cartão de autorização – que já tinha aprovado – para seis meses depois. Nesse período um dos filhos de Silvina Lopes ficou doente. E as contas no hospital já somam quase tanto como a renda de casa." Não é Kafka, é real. E a Joana Gorjão Henriques não deixa nada por contar.
4. O Egipto vai a votos, mas o resultado é o que menos conta. Os cartazes gigantescos do Presidente Abdel Fatah al-Sissi estão por todo o lado na movimentada capital. “Yalla Sissi” ou “Vai Sissi”, lê-se, num apelo a que cumpra um segundo mandato. O problema é que os egípcios terão dificuldades em encontrar cartazes do único rival que terá hoje o seu nome nos boletins. Hoje há presidenciais no Cairo, mas Sissi controla o Egipto de uma forma nunca feita pelos seus antecessores.
A agenda de hoje
O INE confirma como ficou o défice de 2017, antecipando num ano a meta do Governo. No dia em que os ministros das Finanças e Saúde apresentam a equipa que vai controlar as contas do SNS.
Rui Rio vai finalmente para o terreno, reunindo-se com a associação das vítimas dos incêndios de Outubro (e com os deputados ao lado). Os Verdes lançam umas jornadas parlamentares dedicadas ao tema "Rio Tejo - Poluição e outros conflitos", que levarão os deputados a Santarém, Almada (Setúbal) e Lisboa.
Lá por fora, temos as tais eleições presidenciais no Egipto, um encontro entre UE e Turquia (na Bulgária) e o regresso de um Varoufakis, pródigo ou maldito, com um partido novo na Grécia.
E no futebol há um Portugal-Holanda, para um último tubo de ensaio antes do mundial.
Que venha uma vitória.
E um bom dia de trabalho, feliz e produtivo.
Até já!
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