David Dinis, Director
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Bom dia!
As últimas notícias contam-se assim:
Nicolas Sarkozy foi detido pela polícia francesa, por suspeitas de irregularidades no financiamento da campanha de 2007, alegadamente feito pela Líbia do então ditador Kadhafi. A notícia chegou já de manhã e promete marcar o dia.
Trump propôs a pena de morte para traficantes de droga. A proposta foi feita esta noite num comício no estado de New Hampshire, justificada com a morte a 42 mil pessoas em 2016. Mas não foi até agora bem recebida no Congresso, tendo até merecido críticas de investigadores e especialistas criminais.
A Casa Branca vai impor tarifas de 60 mil milhões de dólares à China. As medidas serão anunciadas na sexta-feira e atingem o dobro do que os conselheiros de Trump lhe propuseram, garante o Washington Post. Já hoje, no El Pais, a directora do FMI avisa: "Ninguém pode ganhar uma guerra comercial. Perderão os pobres".
O chefe dos sistemas de segurança do Facebook está de saída e em rota de colisão com a empresa, que recusou os seus pedidos para reforçar a transparência, de modo a lidar com a disseminação de informações falsas e desinformação. A saída foi anunciada depois de, no fim-de-semana, ter sido divulgada a actividade de uma empresa que terá acedido irregularmente a dados de cerca de 50 milhões de utilizadores. Até agora, Mark Zuckerberg manteve o silêncio sobre as revelações dos últimos dias e horas. Mas as acções da empresa tiveram ontem a maior queda em quatro anos.
O que marca o dia
Uma notícia optimista: o investimento em Portugal cresceu mais do dobro da Zona Euro, mesmo que ajudado pelos principais parceiros, diz o Negócios.
E uma notícia preocupante: as exportações para Luanda caíram 11% em cinco meses, precisamente desde o momento das eleições em Angola. O Luis Villalobos olhou para os dados e descobriu mais algumas 'coincidências' relevantes, no momento em que o julgamento pendente de Manuel Vicente mantém no congelador as relações entre os dois países.
Registe, falando na Operação Fizz, esta promessa: Proença de Carvalho diz que vai esclarecer em tribunal a sua relação com o procurador suspeito. Mas desde já adianta que só falou com ele "duas ou três vezes". Falta saber do quê.
No caso EDP, há uma novidade. Agora, o MP investiga pagamentos do saco azul do GES a António Mexia e a Manuel Pinho, diz o Observador.
Outro caso, preocupante: já há 53 casos confirmados de sarampo e sete novos suspeitos em Gaia. Agora, os hospitais estão a aconselhar os profissionais a vacinarem-se.
Na Saúde, anuncia-se nova contestação: os sindicatos de médicos agendaram uma greve conjunta para Maio. E o Governo diz que não é mau, porque dá tempo para negociar.
Na Educação, prepare-se para outra: até os professores do PS estão perplexoscom a posição do Governo sobre tempo de serviço.
Na Cultura, o ambiente não está melhor: artistas e actores já passam da comoção à reivindicação.
E na Justiça há um aviso a caminho: o bloco central potencia políticas de justiça “agressivas”, diz o novo presidente eleito da Associação Sindical de Juízes.
Falando neles, registe as últimas do PSD: Rio escolheu um novo secretário-geral, que diz não querer "nem pensar" em não ser eleito. E entretanto já prepara um gabinete no Porto e uma reunião em Coimbra, para "descentralizar".
Curiosamente, Lisboa acaba de subir cinco posições num ranking mundial de qualidade de vida.
Acrescentar um ponto
1. O Facebook tornou-se um risco para a democracia? O escândalo foi revelado este fim-de-semana pelo Observer: envolve cinquenta milhões de perfis roubados pela empresa Cambridge Analytica, detida pela principal financiadora da campanha de Donald Trump e dos projectos de Steve Bannon, o demagogo que fundou e dirigiu o site Breitbart e que agora anda pela Europa a espalhar os planos para uma Internacional Populista. O Facebook sabia de tudo, mas optou por tentar esconder os factos do grande público. E isso lançou um debate inevitável sobre uma máquina de manipulação perfeita, forçando os reguladores a investigar a empresa, obrigando-nos a olhar para uma velha lista de maus exemplos e a pensar se chegou a altura de deixar o Facebook. No Editorial de hoje, o Diogo Queiroz de Andrade deixa-nos a pensar nisto: "O Facebook já não pode continuar a ser visto como uma mera plataforma de entretenimento". Por isto.
2. Em que ponto está o Brexit? O representante europeu fez ontem o anúncio: o Reino Unido fez cedências para conseguir um acordo de transição. Mas, uma vez mais, a questão da fronteira da Irlanda ficou adiada, sem solução à vista. Sem surpresa, Theresa May voltou a ficar sob fogo cruzado em Londres (anota hoje o The Guardian). Mas, para percebermos melhor o caos destas negociações, convém voltar ao princípio: afinal, em que ponto está a negociação?
3. Hamburgo: do novo espelho à beira-rio vêem-se horizontes futuros. Na segunda maior cidade alemã, há bairros modernos a nascer do zero, bunkers a tornarem-se natureza e velhos edifícios a ganharem novas funções artísticas, sociais e de contracultura. Fora dos circuitos habituais, a Fugas foi conhecer a Hamburgo que está a despontar.
4. “Já li Pessoa, Saramago e Lobo Antunes. O que posso ler agora?” Portugal será convidado de honra da Feira do Livro de Leipzig daqui a três anos, mas a conselheira cultural da embaixada portuguesa em Berlim está já preocupada com o pós-2021, procurando garantir que o interesse dos editores alemães não esmoreça após a festa. Em Leipzig, precisamente, o Luís Miguel Queirós percebeu que há muito (bom) caminho a fazer.
A agenda de hoje
O presidente do Parlamento recebe da Comissão Técnica Independente o relatório sobre os incêndios de Outubro de 2017. Marcelo e António Costa presidem à primeira cimeira das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com a descentralização como prato principal. E, ao fim do dia, reúne-se a Comissão Permanente de Concertação Social para preparar o Conselho Europeu do final da semana que põe os novos fundos comunitários em cima da mesa - o mesmo tema que leva o ministro Pedro Marques a Bruxelas hoje.
Em Bruxelas, precisamente, Michel Barnier reúne-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, para avaliar as negociações do Brexit. Em Washington, Jerome Powell preside à sua primeira reunião da Fed, avaliando se é o momento para uma nova subida dos juros (maybe not).
Hoje chega a Primavera (saia um livro para a celebrar) - assinalando em todo o mundo o Dia Internacional da Felicidade. É caso para dizer que devia ser como o Natal, sempre que o Homem o quisesse.
Seja, assim, um dia feliz - e produtivo.
Nós ficamos por aqui. Eu volto amanhã. Até já!
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