O USS Juneau foi encontrado a 4200 metros de profundidade, ao largo da costa das Ilhas Salomão, no Pacífico Sul
Foi um dos episódios mais trágicos da II Guerra Mundial: atingido por torpedos japoneses, o USS Juneau naufragou e levou para a morte 687 homens, incluindo cinco irmãos da mesma família, os Sullivan. Agora, uma expedição encontrou os destroços do navio de guerra
Os destroços foram encontrados a 17 de março, a 4200 metros de profundidade, ao largo da costa das Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, pela expedição Petrel R/V, financiada pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen.
Afundado por dois torpedos japoneses durante a Batalha de Guadalcanal, em novembro de 1942, no incidente morreram 687 homens, incluindo os cinco irmãos Sullivan.Foi por causa deste incidente, aliás, que a Marinha dos Estados Unidos tomou a decisão de não voltar a permitir que todos os membros de uma única família se alistassem no mesmo navio e a tragédia serviu de inspiração para a longa-metragem "Saving Private Ryan" (1998), de Steven Spielberg.
"Não planeámos encontrar o Juneau no Dia de São Patrício [santo padroeiro da Irlanda). As variáveis desta busca são espetaculares", disse Robert Kraft, diretor de operações de Paul Allen, em declarações ao site oficial do filantropo norte-americano. "Encontrar o USS Juneau no Dia de São Patrício é uma coincidência inesperada para os irmãos Sullivan e para todos os soldados desaparecidos há 76 anos", disse Kraft.
"Como o quinto oficial comandante do USS The Sullivans [um navio que recebeu o nome dos cinco irmãos], fiquei entusiasmado ao saber que Allen e a sua equipa conseguiram localizar o USS Juneau que afundou durante a Batalha de Guadalcanal ", disse o vice-almirante Rich Brown, comandante da Naval Surface Forces.
"Visitei [o navio] The Sullivans no início deste mês e posso dizer-lhe que o espírito de luta dos irmãos Sullivan - George, Frank, Joe, Matt e Al - sobrevive através da atual tripulação. A equipa incorpora o lema do navio, 'We Stick Together'" [permanecemos juntos], disse Brown, acrescentando que "a história da tripulação do USS Juneau e dos irmãos Sullivan simboliza o serviço e o sacrifício da maior geração da nossa nação".
Durante a fatídica batalha de 13 de novembro de 1942, dois torpedos atingiram o navio onde estavam ao serviço os cinco irmãos. Um dos torpedos provocou uma explosão que cortou a embarcação ao meio e matou a maioria dos homens a bordo, incluindo os cinco irmãos Sullivan.
O Juneau afundou em apenas 30 segundos, mas, devido ao risco de novos ataques japoneses, a Força Aérea norte-americana não procurou sobreviventes. Calcula-se que 115 homens tenham sobrevivido à explosão, incluindo dois dos cinco irmãos Sullivan, mas as forças navais não avançaram para o resgate durante vários dias e apenas 10 homens foram retirados da água, uma semana após o naufrágio.
A família Sullivan, do Iowa, perdeu os seus cinco filhos: George, Francis "Frank", Joseph, Madison "Matt" e Albert, apesar da política naval que impedia os irmãos de servirem nas mesmas unidades. No entanto, os Sullivan recusaram-se a combater, a menos que fossem designados para o mesmo navio e a política da Marinha norte-americana fosse ignorada.
As expedições patrocinadas por Paul Allen também resultaram na descoberta do USS Lexington (março de 2018), USS Indianapolis (agosto de 2017), USS Ward (novembro de 2017), USS Astoria (fevereiro de 2015), o navio de guerra japonês Musashi (março de 2015) e o navio italiano da Segunda Guerra Mundial Artigliere (março de 2017). A equipa de Allen também foi responsável por recuperar o sino do navio do HMS Hood.
A equipa de expedição de Paul Allen foi permanentemente transferida para o Petrel R/V recentemente adquirido e que foi adaptado em 2016 para missões específicas de resgate de destroços de navios de guerra históricos e outros artefactos importantes. O Petrel R/V está equipado com equipamentos submarinos de última geração capazes de submergirem a 6.000 metros.
Fonte: DN
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