terça-feira, 8 de maio de 2018

Incêndios: Marcelo não se recandidata de falhar tudo outra vez

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia! Estas são as
notícias das últimas horas:

Trump antecipou uma decisão sobre o nuclear iraniano - e marcou o anúncio para hoje mesmo. Pelo meio, veio a pressão: europeus e Irão mostraram-se dispostos a salvar o acordo, mesmo sem a América. Ora diga lá, Sr. Trump...
Um ex-militar envolvido no "Irãogate" vai presidir à NRA. Explico melhor: Oliver North, antigo oficial norte-americano envolvido no escândalo da venda de armas ao Irão para financiar os rebeldes anticomunistas Contras na Nicarágua, vai liderar o maior ‘lobby’ de armas nos Estados Unidos. Tem 74 anos.
O procurador do #metoo foi acusado de maus tratos. Quatro mulheres vieram em público apontar o dedo a Eric Schneiderman e forçaram a demissão do procurador de Nova Iorque.  
Em Itália, o M5S e a Liga recusaram um Governo neutro - e pediram eleições antecipadas já em Julho. O Presidente gostava, pelo menos, de ver um orçamento aprovado. A crise por lá vai assim.

O que marca o dia

A frase de Marcelo que vai marcar o resto do mandato: na segunda parte da entrevista ao PÚBLICO e Renascença, o Presidente diz que não se recandidata se tudo voltar a falhar no combate aos incêndios. A frase é esta: “Voltasse a correr mal o que correu mal no ano passado, nos anos que vão até ao fim do meu mandato, isso seria só por si impeditivo de uma recandidatura”. E contrata com outra de António Costa, dita à Visão em resposta à pergunta sobre se se demitiria se houvesse nova tragédia: "Quando há um problema, a solução não é demitirmo-nos, é estarmos prontos para resolver o problema".   Mas vamos lá à entrevista, ponto a ponto:
  • Sobre incêndios, Marcelo não diz se o Governo lhe mostrou a auditoria da Protecção Civil que guardou seis meses - porque que "é tempo de unir" e não se levantar problemas, alega (deixando-nos a pensar que a resposta é um "não"). Lembra também que promulgou tudo o que lhe chegou às mãos. E que tem a “expectativa” de que as lições tenham sido tiradas. Caso contrário, não se recandidata em 2021;
  • Sobre Tancos, fica um desejo: “Mal seria se não tivesse” conclusões até ao fim do mandato;
  • Sobre o MontepioMarcelo espera “intervenção de quem é competente para intervir”. Se a situação da banca melhorou, este caso ainda o preocupa: “Que se ultrapasse o que possa haver de ‘irritantes’”, pede o Presidente. Para que “o essencial seja salvaguardado”;
  • E sobre Angoladuas certezas: “Nenhum de nós gosta quando há cidadãos a braços com a justiça de outro país”, mas ninguém "pode nem deve" interferir na justiça. 
Dito isto, há outros títulos a marcar a actualidade.
Na Protecção Civil, o comandante demitiu-se em divergência com o Governo. Segundo explica a Liliana Valente, na ANPC o clima é de caos e terá sido a confusão e as indefinições que levaram António Paixão a pedir a exoneração do cargo - sobretudo a demora de algumas mudanças estruturais e a falta de investimento nas áreas operacionais. E estamos mesmo em cima da chegada do tempo quente.
Quase dois terços dos processos por corrupção foram arquivados em 2017. Os dados comunicados pelos tribunais mostram que houve só cinco condenações e duas absolvições em 408 processos-crime. As autarquias são as instituições públicas em que mais casos foram identificados, mas também as forças policiais e serviços de saúde estão na lista negra.
A Justiça tem um "buraco" de 274 milhões há 10 anos. A boa notícia é que já foi maior (a má notícia é que o Ministério diz que não há dinheiro para o resolver). A Mariana Oliveira conta-nos o caso.
O Governo voltou a mudar regras no concurso de professores. Agora, diz o JN, deixaram de contar para o tempo de serviço as aulas de enriquecimento curricular, como de Português e Matemática. Os sindicatos admitem ir para tribunal (outra vez).
E sobre o caso Sócrates, António Costa disse esta noite que não quer o congresso do PS marcado pelo presente, mas antes pelo futuro. A Antena 1, porém, diz que na reunião com socialistas, à porta fechada, o líder socialista teve algumas perguntas sobre o caso. 

Ler mais devagar, sff

1. “Só há uma coisa a fazer para ser feliz: parar de ser infeliz”. Mil milhões de pessoas felizes. Esse é o objectivo que Mo Gawdat traçou para os próximos tempos. O engenheiro que abandonou em Fevereiro a direcção da Google X, a divisão que desenvolve os projectos futuristas daquela empresa, quer espalhar o seu modelo de felicidade pelo mundo. "Sei que vou perder dinheiro, mas não quero saber. É por Ali que o faço. Eu vou ficar bem", diz ao PÚBLICO. Ali é o seu filho que em 2014 morreu, com 21 anos, por causa de um erro médico numa operação de rotina. A entrevista é da Bárbara Wong.
2. Margarida Tengarrinha, a “avó radical” da praia da Rocha, fez 90 anos. Falando em pessoas felizes: os rapazes da praia da Rocha, seus amigos, chamam-lhe a "avó radical”, porque ainda aceita boleias em mota-de-água e pratica natação. Na Universidade Sénior, onde lecciona, os alunos ficam presos à cor das palavras que usa para ensinar História da Arte. O Idálio Revez esteve lá e começa assim"A sala está em silêncio. A turma, cerca de meia de centena de alunos, mantém um segredo bem guardado."
3. Trump quer uma mulher à frente da CIA, mas esta traz o fantasma da torturaMais do que ser uma escolha do Presidente norte-americano, Gina Haspel representa um momento negro da história da agência. O Senado vai ouvi-la esta quarta-feira, e até a Casa Branca teme uma derrota, explica o Alexandre Martins.
4. “As mulheres devem estar nos lugares de decisão da Igreja”Ao fim de 50 anos, a comunidade monástica de Bose, em Itália, continua a ser uma experiência singular na Igreja de coexistência entre homens e mulheres de várias confissões cristãs. O seu fundador e prior, Enzo Bianchi, é uma voz activa na dignificação do papel da mulher na Igreja e diz que o papa Francisco “tem, de verdade, no coração a promoção da mulher”. E não hesita ao dizer que “é estúpido querer saber se o inferno está vazio ou cheio”. A Lurdes Ferreira falou com ele.

Hoje na agenda 

Por cá, os médico começam uma greve de três dias. Eduardo Cabrita vai ao Parlamento, às 14h30, para falar sobre o combate aos incêndios que se avizinham (e sobre a demissão de ontem). Os deputados da Subcomissão de Ética tentam fechar novas regras sobre as viagens. E António Costa mostra o novo simulador de pensões da Segurança Social (o que rende mais, antecipar ou adiar a reforma?).
Lá por fora, o anúncio de Trump sobre o Irão tem hora marcada - 19h00, hora de Lisboa. Assim como o arranque do Festival de Cannes - que começa hoje, mas não se sabe como acabará. A incógnita anda à volta de um português e mais parece um filme quixotesco, conta-nos o Vasco Câmara, que está por lá. 
Um dia produtivo e feliz!
Até amanhã!

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