A mulher alemã, de 89 anos, foi uma das fundadoras de um centro de propaganda nazi e tinha sido condenada oito vezes por negar o Holocausto.
As autoridades alemãs anunciaram, nesta segunda-feira, que detiveram Ursula Haverbeck, de 89 anos, a "avó nazi" ("Nazi-Oma" como é conhecida nos meios de comunicação alemães), que se encontrava em fuga desde Abril.
A mulher não compareceu na esquadra, a 23 de Abril, para cumprir uma pena de prisão à qual tinha sido sentenciada, em Outubro de 2017, por negar os acontecimentos do Holocausto. "Ursula Haverbeck-Wetzel não se apresentou na instituição penal para iniciar a sua sentença de detenção até ao final do prazo legal", disse a polícia alemã em comunicado citada pelo jornal francês Libération. "Com base num mandado de detenção – emitido a 4 de Maio de 2018 – , ela foi presa segunda-feira, às 13h30, em Vlotho", uma cidade alemã localizada no estado de Renânia do Norte-Vestfália, acrescentaram as autoridades em comunicado. A detida deverá agora cumprir uma pena total de dois anos de prisão efectiva.
A Procuradoria-Geral do distrito de Verden, no estado federado da Baixa Saxónia, tinha já anunciado que Ursula Haverbeck se encontrava em fuga, de acordo com o mesmo jornal francês. A "avó nazi" tinha sido, anteriormente, condenada oito vezes por negar publicamente o Holocausto. Em Janeiro de 2016, Haverbeck afirmou em praça pública que o genocídio dos judeus pelos nazis nunca aconteceu e que nunca houve câmaras de gás em Auschwitz. Em 2015, já tinha sido condenada por afirmar durante um julgamento que o extermínio de judeus em Auschwitz "nunca foi provado historicamente", tendo reforçado durante um programa televisivo que o Holocausto foi "a maior e mais sustentável mentira da História", segundo o jornal Tribune India. Porém, nunca tinha cumprido pena devido aos recursos judiciais, que foram prolongando o processo.
No seu site pessoal, Ursula Haverbeck afirma que é uma "representante do revisionismo histórico" e que se orgulha de ser uma "combatente destemida da verdade". Esposa de Werner Georg Haverbeck – membro activo do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – fundou, juntamente com o falecido marido, um centro educacional chamado Collegium Humanum. Porém, a instituição foi encerrada em 2008 por espalhar propaganda nazi e por ser um núcleo dos chamados "negacionistas do Holocausto".
Cerca de um milhão de judeus foram assassinados, entre 1940 e 1945, no campo de concentração de Auschwitz, considerado o maior centro de extermínio nazi.
Público
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