Muitos portugueses com doenças psiquiátricas são mal acompanhados nos serviços de saúde. DGS quer relançar plano para resolver problemas.
Depois de seis anos a funcionar a meio-gás, sobretudo desde a entrada da troika em Portugal, a Direção-Geral de Saúde (DGS) vai relançar o Plano Nacional para a Saúde Mental que devia ter fechado em 2016 mas ficou longe de ser concluído.
A última avaliação àquilo que se fez entre 2007 e 2016 mostra que Portugal tem muitos casos de perturbações psiquiátricas, bem mais que noutros países europeus, mas "uma parte significativa das pessoas com necessidades não recebe cuidados de saúde mental adequados".
Falhas nos tratamentos que acontecem com dois em cada três doentes com perturbações mentais moderadas e um em cada três dos que têm perturbações mais graves.
O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental explica à TSF que é preciso "pegar nisto outra vez e completar o que falta em termos de organização dos serviços pois temos um problema complexo nessa organização". É "crucial" relançar o Plano pois várias áreas importantes ficaram por fazer.
Miguel Xavier destaca que não foi por falta de esforço e qualidade dos profissionais desta área, mas o Plano esteve na prática interrompido com vários obstáculos.
O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental admite, contudo, que não será em dois anos que vão recuperar tanto tempo de atraso, pelo que nem todas as medidas para travar os problemas psiquiátricos em Portugal estarão fechadas em 2020.
As prioridades estão na reorganização dos serviços e respetivo financiamento, bem como numa nova gestão de recursos humanos e no fim das assimetrias entre regiões do país.
Para relançar o Plano Nacional para a Saúde Mental, a DGS realiza esta terça-feira um debate em que vai apresentar o que está a ser preparado para prolongar o plano que devia ter sido fechado em 2016. Um debate com direito a transmissão em direto, a partir das 11 horas, no Facebook do Serviço Nacional de Saúde .
Nuno Guedes / TSF
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