♦ Santiago Escobar
Argentinos comemoram a rejeição à prática do aborto no país |
Nesta semana, a Argentina demonstrou ao mundo sua corajosa defesa da vida inocente contra o crime do aborto. Ela o fez não só por causa da votação no Congresso que rejeitou a aprovação do aborto, mas também pelas numerosas manifestações que envolveram todas as suas cidades, chegando até a designar um estado argentino (Tucumán) com resolução oficial como defensor da vida.*
Apesar da pressão da mídia, das ameaças econômicas do FMI e do prolongado silêncio por parte do clero, os argentinos demonstraram ao mundo sua alta consideração pelos princípios morais e estão dispostos a enfrentar o que for preciso para preservar a instituição da família como célula fundamental da sociedade.
Com o slogan “Salvemos as duas vidas”, o movimento “Onda celeste” tornou-se rapidamente popular. Foi uma luta de vários meses, que passou por vários períodos críticos e atingiu o auge em 14 de junho, quando houve uma primeira derrota na Câmara dos Deputados (129 a favor do aborto, 125 contra). Depois desse resultado, a pressão da opinião pública de todo o país para que os senadores rejeitassem o projeto cresceu exponencialmente, por ser ele inconstitucional e, sobretudo, por constituir uma afronta a Deus e à Família Argentina.
Os argentinos sentiram-se amplamente apoiados por movimentos pró-vida de todo o mundo, especialmente da América Latina, onde em mais de 15 países houve protestos nas embaixadas e consulados argentinos contra o projeto. Seus promotores decidiram designar o protesto como #Latinoamericaxlas2vidas e entregaram ao Senado um manifesto assinado por mais de 170 organizações pró-vida.
Esse fenómeno da opinião pública nasce com grande força na América Latina e influencia poderosamente para que os políticos estejam cada vez mais inibidos de realizar projetos iníquos e perversos. Ele se junta a uma forte corrente de reações, como o Manif pour tous na França ou a March for Life nos EUA, que neste ano contou com a presença do vice-presidente Mike Pence.
As marchas e manifestações em todo o país evidenciaram a profunda religiosidade dos argentinos, que os levou a defender a Lei de Deus e a vida humana desde a concepção. Eles o fizeram em coerência com este trecho do Catecismo da Igreja Católica: “ A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida” (Nº 2270).
Confirmando essa religiosidade, o artigo 2º da Constituição argentina declara: “O governo federal apoia o culto apostólico católico romano”, isto é, o reconhece como a religião oficial do Estado argentino e, consequentemente, reconhece os mandamentos da lei de Deus, os decretos e as leis do Magistério da Igreja.
Como conclusão, alegra-nos afirmar que a Argentina profunda e católica, deu mostra de sua coragem movida pela fé na defesa do Mandamento da Lei de Deus “Não matar”, seriamente ameaçado por um lobby da morte, desejoso de impor, custe o que custar, o aborto em todo o Ocidente. Sua derrota levou os militantes abortistas a reagir com depredações de lugares religiosos e temporais, e ainda com pedidos formais de apostasia da Igreja Católica.
Fonte: ABIM
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