O projeto SUPERA, apresentado hoje, pretende atenuar as desigualdades entre homens e mulheres na Universidade de Coimbra e garantir uma inclusão das questões de género nos cursos da instituição.
O projeto SUPERA (Supporting the Promotion of Equality in Research and Academia), apresentado hoje na reitoria da Universidade de Coimbra, envolve a implementação de medidas para atenuar as desigualdades de género em quatro universidades de Espanha, Itália, Hungria e Portugal, numa iniciativa coordenada pela Universidade Complutense de Madrid.
Segundo a coordenadora do projeto em Portugal, a investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) Mónica Lopes, ainda se registam várias assimetrias na Universidade de Coimbra, sendo que um diagnóstico com dados de 2015 aponta para uma sub-representação das mulheres no topo da carreira e nos órgãos de governação, bem como a concentração das académicas em áreas “tradicionalmente femininas, como Psicologia, Ciência da Educação, Ciências Sociais, Artes e Humanidades”, enquanto os homens assumem uma maior representação na Faculdade de Ciências e Tecnologia e na de Desporto.
O projeto, que arrancou em junho e que dura quatro anos, pretende implementar planos para a igualdade de género nas quatro instituições académicas envolvidas, a partir de “metodologias participativas e colaborativas”, disse à agência Lusa a investigadora.
Nesse sentido, a equipa vai integrar planos de melhoria nas áreas de retenção, recrutamento e progressão na carreira, liderança e tomada de decisão e integração da perspetiva de género nos conteúdos educativos e investigação, explanou.
Para tal, a partir do momento em que o diagnóstico de cada instituição estiver feito, serão construídas “ações à medida das necessidades identificadas que serão implementadas durante estes quatro anos, mas que se pretende que se sustentem para lá do projeto”, frisou Mónica Lopes.
Durante a iniciativa, vão ser criados “’hubs’ de igualdade de género, que são estruturas informais que reunirão todas as partes interessadas na universidade em torno da capacitação, formação e deteção de dificuldades de implementação”, bem como “’Fab Labs’, que são plataformas de cocriação de soluções inovadoras para os problemas identificados no diagnóstico”.
Findos os quatro anos de projeto, estas duas ferramentas deverão manter-se para garantir que há uma continuidade do trabalho realizado, frisou a investigadora.
“Espero que [o SUPERA] possa contribuir para a integração de mais mulheres investigadoras em campos onde estão sub-representadas, mais mulheres nos órgãos de governação das universidades e a integração da perspetiva de género nos cursos, de forma transversal. Espero que tenhamos contribuído para mudar ou pelo menos atenuar uma cultura de ciência que ainda é muito masculina”, realçou Mónica Lopes.
Fonte: noticiasdecoimbra
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