quarta-feira, 24 de julho de 2019

Religião | Em defesa da soberania da região amazônica e de seu desenvolvimento

O Sínodo da Amazônia “é um pretexto para mudar a Igreja, e o fato de ser realizado em Roma é para ressaltar o início de uma nova Igreja”

*Paulo Roberto Campos

Sacrificando suas férias escolares em defesa da soberania do Brasil no tocante à nossa imensa e cobiçada Amazônia, 44 jovens cooperadores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira percorrem em uma caravana de quatro veículos aquela região. Essa ação tem como meta esclarecer a opinião pública sobre o anunciado “Sínodo da Amazônia”, que reunirá quase 250 bispos em Roma, no próximo mês de outubro, em torno de uma agenda própria a causar as mais graves apreensões.

Nessa épica Caravana, os jovens do Instituto coletam assinaturas para a petição “Por uma Amazônia cristã e próspera”, dirigida aos eclesiásticos que participarão desse Sínodo, o qual escolheu para si o seguinte título: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

A petição é contrária ao projeto de internacionalização da região, visando evitar que ela se torne “uma imensa favela verde dividida em guetos tribais”. Ela alerta também para questões que poderão demolir pontos fundamentais da Fé Católica, como o objetivo de redefinir o ministério sacerdotal, ordenando-se índios casados, e a inclusão de mulheres em liturgias exclusivas aos sacerdotes. Ademais, os responsáveis por tal Sínodo falam que não se deve mais catequizar e evangelizar os indígenas, mas, sim, que se deve assimilar os costumes selvagens e substituir a liturgia católica por seus rituais (leia-se cultos fetichistas). Por isso, o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, denunciou: “Está despontando [com o Sínodo da Amazônia] uma visão ideológica que nada tem a ver com o Catolicismo. Esse Sínodo é um pretexto para mudar a Igreja, e o fato de ser realizado em Roma é para ressaltar o início de uma nova Igreja”.

Durante a campanha — realizada sob o sol escaldante do Norte do Brasil —, uma fanfarra dos caravanistas do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira executa hinos patrióticos e religiosos, para ajudar assim a chamar a atenção daqueles que se encontram no interior de suas casas, lojas, escritórios e restaurantes, a fim de que saiam às ruas e também apóiem a iniciativa com suas assinaturas.

Os intrépidos nortistas, com raras exceções, acolhem os jovens caravanistas com muita simpatia, e se manifestam indignados com os movimentos ecologistas radicais, os padres adeptos da “teologia da libertação” e as ONGs esquerdistas que desejam a internacionalização da Amazônia brasileira. Entre os habitantes amazônicos — extremamente contrários ao projeto de se manter os índios na floresta, intocáveis como uma espécie de “zoológico humano” —, é comum ouvir “A Amazônia é nossa, ela pertence ao Brasil”; “Sabemos bem cuidar da Amazônia”; ou ainda: “Não queremos interferência de movimentos estrangeiros, queremos o desenvolvimento socioeconômico de nossa região e as ONGs querem o contrário: a nossa estagnação sob o pretexto de defesa da ecologia”.

Eis os itens da petição, que já conta com milhares de assinaturas:

OS ABAIXO ASSINADOS VALEM-SE DA OCASIÃO PARA:

1. AGRADECER a Deus pelas riquezas humanas e naturais que concedeu à Amazônia, pelos missionários que trouxeram a Boa-Nova de Jesus Cristo, libertando-a de erros e práticas abjetas, assim como pela ação civilizadora dos colonizadores que aportaram os benefícios do progresso;

2. REPUDIAR com energia as ideologias neopagãs que, em nome de um conceito deturpado de respeito à natureza e de hipóteses apocalípticas carentes de base científica, contradizem o mandato divino: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gen. 1, 28);

3. REPUDIAR a utopia comuno-tribalista pela qual uma minoria de antropólogos neomarxistas e de teólogos da libertação pretende manter nossos irmãos indígenas no subdesenvolvimento, confinando-os num gueto étnico-cultural (verdadeiros “zoológicos humanos”) que os priva dos benefícios da convivência e da civilização nacionais, como foi denunciado profeticamente pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira há 40 anos.

4. REPROVAR a luta de classes e de raças promovida por uma versão falaciosa da história, assim como a exacerbação de conflitos agrários e meio-ambientais nas áreas de atividades agropecuárias, extrativistas e madeireiras.

5. FAZER CHEGAR aos Padres Sinodais um brado de angústia em face do perigo de que a Amazônia seja transformada numa imensa “favela verde”, com vastos espaços inocupados, habitados por escassas e indigentes populações indígenas, como ocorreu após a expulsão dos agricultores da Reserva Raposa Serra do Sol (Roraima – Brasil).

6. DENUNCIAR as ONGs e os ativistas internacionais a serviço de interesses espúrios que visam internacionalizar 200 milhões de hectares da região pan-amazônica, pondo em xeque a soberania de nove países, e MANIFESTAR PERPLEXIDADE pelo fato de um prelado da Santa Sé, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, ter acolhido o ativista radical Martin von Hildebrand para tratar do projeto “Corredor da Anaconda” (ou “Tríplice A”), que visa a referida internacionalização, a qual constituiria um inaceitável atentado contra diversas soberanias nacionais.

7.SOLIDARIZAR-SE com a resolução das autoridades nacionais de defender a integridade do nosso território, e com os programas de plena integração de nossos irmãos indígenas na grande família nacional, para melhor garantir seus direitos e sua dignidade de pessoas humanas.

8. SUPLICAR a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que preserve a unidade católica de nossa Pátria e sua grande vocação para o futuro.


ABIM
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