terça-feira, 8 de outubro de 2019

Cantanhede | Em carta enviada à Ministra Helena, Teodósio escreve a Marta Temido a pedir a resolução dos problemas nos serviços de saúde do concelho


A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede enviou à Ministra da Saúde uma carta onde manifesta “a sua profunda preocupação relativamente a vários problemas” que, neste setor, “se arrastam há demasiado tempo no concelho”, desde a situação de impasse que se vive nos serviços hospitalares até à falta de médicos nas Unidades de Saúde Familiares (USF) e nas extensões de saúde.
O teor da missiva foi dado a conhecer à Assembleia Municipal em 27 de setembro, mas Helena Teodósio fez questão de só o tornar pública depois das eleições. Nela a autarca começa por alertar para “o incompreensível e inaceitável desinvestimento do Ministério da Saúde no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (CMRRC) – Rovisco Pais, o que se está a traduzir no esvaziamento dos serviços e a consequente perda de capacidade de resposta para cumprir aquela que devia ser a sua missão em benefício de doentes que estão sujeitos a sofrimentos e limitações terríveis”.
Além de referir “ter havido, nos meses de verão, necessidade em diminuir o número internamentos devido à escassez de recursos humanos, problema que se arrasta sem perspetiva de ser resolvido”, a interpelação a Marta Temido enfatiza o facto de “continuar por iniciar, desde há muito tempo, a anunciada empreitada de requalificação e adaptação do edifício do Hospital de Hansen”.
A líder do executivo camarário cantanhedense assinala igualmente que “estão também por iniciar as obras na lavandaria do SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais que funciona nos edifícios do Rovisco Pais, ao mesmo tempo que se avolumam os indícios da intenção de a deslocalizar para Montemor o Velho, o que, a confirmar-se, irá reverter na perda de massa crítica do CMRRC – Rovisco Pais, eventualmente para justificar o desinvestimento noutros serviços e o esvaziamento das funções desta que já foi uma unidade hospitalar de referência”.
Por outro lado, Helena Teodósio insiste em que deve ser equacionada “uma plataforma de cooperação que permita avançar com soluções para os graves problemas identificados nos serviços de saúde do concelho”, entre os quais “a necessidade, urgente, de estabilizar o quadro de pessoal do Hospital Arcebispo João Crisóstomo, em Cantanhede, sobretudo do corpo clínico, de modo melhorar os serviços e otimizar o bloco operatório, devendo ainda ser rapidamente adotadas medidas que ponham cobro à escassez de valências cirúrgicas e à oferta limitada de consultas de especialidades”.
Segundo a autarca, “é preciso melhorar significativamente a capacidade de resposta da consulta aberta no Centro de Saúde, através da implementação de um atendimento de urgência com mais médicos e um horário mais alargado com disponibilidade de meios complementares de diagnóstico”, bem como “resolver urgentemente a falta de médicos nas Unidades de Saúde Familiares (USF) e nas extensões de saúde, situação que tem deixando muitos munícipes sem assistência médica, o que se afigura particularmente grave para os mais idosos”.
Por último, Helena Teodósio lamenta de a ARS – Administração Regional de Saúde do Centro não responda ao pedido para que sejam criados mais três Postos de Atendimento de Cuidados de Enfermagem onde realmente fazem falta. E sublinha: “Esta resposta social criada e financiada pela autarquia ao abrigo de um protocolo que envolve também as juntas das freguesias que não possuem extensões de saúde, tem proporcionado, desde há vários anos, um atendimento de proximidade às populações mais distantes dos serviços de saúde, o que se tem revelado da maior utilidade na resposta às necessidades das pessoas, sobretudo das mais idosas”. Por isso, diz a presidente da Câmara Municipal, “surpreende-nos muito que a ARS Centro esteja a inviabilizar a criação de mais três Postos de Atendimento de Cuidados de Enfermagem em localidades que manifestamente carecem deste serviço e persista em não assinar o protocolo relativo ao funcionamento dos sete já existentes”.

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