O 22.º Ciclo de Teatro Amador do Concelho
de Cantanhede regressa no próximo fim de semana com quatro
espetáculos em diferentes localidades. A segunda jornada do certame
começa no sábado, 8 de fevereiro, às 21h30, com o Grupo de Teatro
Experimental “A Fonte” de Murtede no salão da Junta de Freguesia
a representar “As Três Marias”, comédia de Cristina Serém
sobre mulheres que passaram a viver juntas depois de se terem
conhecido num centro comercial quando procuravam arrendar casa. A
ação tem como fio condutor as dificuldades e maiores aspirações
das protagonistas, designadamente Maria Eduarda, brasileira que veio
com a filha para Portugal, Maria da Luz que se divorciou do marido
quando descobriu a sua infidelidade, e Maria das Dores, viúva de que
padece de uma profunda paixão platónica por Tony Carreira, homónimo
do seu “saudoso extinto”.
Também
no sábado, igualmente às 21h30, o Grupo Cénico do Clube União
Vilanovense.
apresenta
na sua sede “A Fera Domada”, comédia baseada num original de
William Shakespeare em torno da exasperação de um homem que tem
duas filhas com caráter completamente diferente. Os problemas surgem
quando a mais nova, que é bela, doce e carinhosa, começa a receber
propostas de casamento e o pai decide que só pode casar depois da
mais velha, que, no entanto, não quer nem ouvir falar de casamento.
É então que os pretendentes da irmã vão tentar arranjar-lhe um
marido para poderem concretizar as suas aspirações. Só que o
cavalheiro não parece ter sido a melhor escolha…
Ainda
no sábado, às 21h30, o Grupo de Teatro da Associação Cultural e
Desportiva do Casal sobe ao palco da Associação Cultural e
Recreativa Zambujal, numa parceria com a Associação Juvenil do
Zambujal e Fornos,
para a segunda representação
das três peças de Manuel da Silva Barreto estreadas na sua sede em
1 de fevereiro, no âmbito da abertura do Ciclo de Teatro Amador do
Concelho de Cantanhede. “Não Matem o meu Filho” é um drama que
propõe uma reflexão sobre as inquietantes questões inerentes à
despenalização da eutanásia, explorando para o efeito situações
que podem vir a ocorrer com a aprovação de uma lei desse teor;
“Médico de Família” tem a sua
ação centrada numa aldeia onde a
pouca instrução dos doentes levanta grandes dificuldades de
comunicação com o clínico, uma comédia de costumes hilariante que
tem como corolário os equívocos gerados por uma senhora
hipocondríaca cujo marido é muito desconfiado; a atuação termina
com “Vamos Cortar na Casaca 2020”, versão atualizada de um
clássico de teatro humorístico de Manuel da Silva Barreto, na qual
o Zé Povinho e a mulher, num diálogo cantado ao despique, fazem uma
análise à situação política e social do país, sempre com
apurado sentido crítico.
No
domingo, 9 de fevereiro é a vez do grupo Teatro Cordinha d’Água
fazer a sua estreia no Salão Recreativo de Cordinhã com duas peças
adaptadas por Olga Resi. O espetáculo começa com uma dramatização
de “No fundo do (a)mar” inspirada em “A Menina do Mar”, de
Sophia de Mello Breyner Andresen, propondo uma reflexão sobre a
questão do bullying. Segue-se
“(Des)embarcados”, comédia baseada no Auto da Barca do Inferno
de Gil Vicente e que retrata o regresso do “Anjo” e do “Diabo”
a Portugal, desta vez no ano de 2019. O encontro destas personagens
com certas figuras motiva conversas elucidativas sobre os valores –
ou a falta deles! – que prevalecem na sociedade.
Sobre
o Grupo de Teatro Experimental “A Fonte” de Murtede
O
Grupo de Teatro Experimental “A Fonte” de Murtede foi fundado em
2000 por 24 jovens da freguesia. Esta associação juvenil tem
atualmente cerca de 80 associados e é filiada no INATEL e no
Instituto Português da Juventude.
Da
sua atividade no campo das artes cénicas destaca-se a apresentação
regular de peças de teatro em produções que têm registado o
reconhecimento do público e das entidades que têm apoiado o
trabalho do grupo, nomeadamente a Câmara Municipal de Cantanhede, a
Junta de Freguesia de Murtede, o INATEL, o Instituto Português da
Juventude (IPJ) e a Delegação Regional do Centro do Ministério da
Cultura.
Além
da sua participação regular em diversos espetáculos de Teatro,
desenvolve também outro tipo de ações culturais, com destaque para
Danças na Minha Aldeia, encontro com animação em diversas
vertentes musicais que se realiza na segunda quinzena de maio,
concertos de música sacra, convívios e iniciativas não só com os
seus associados mas também com outros habitantes da comunidade, como
é o caso do programa de OTL – Ocupação de Tempos, da
responsabilidade do IPJ.
O
Grupo de Teatro Experimental “A Fonte” de Murtede participa
também regularmente na EXPOFACIC e desenvolve algumas parcerias na
organização de eventos promovidos pela Junta de Freguesia de
Murtede e a Câmara Municipal de Cantanhede.
Sobre
o Grupo Cénico do Clube União Vilanovense
A
origem do Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense remonta ao
início do século passado, quando um conjunto de entusiastas formou
um agrupamento cénico de carácter amador na localidade. Fundado em
1913, durante anos o grupo era constituído maioritariamente por
homens, o que obrigava a que alguns papéis femininos fossem
interpretados por elementos do sexo masculino.
A
sua atividade tem sido quase contínua desde a sua existência, tendo
interrompido as representações apenas nas décadas de 1940 e 1970,
mas nunca por períodos superiores a um ano. Na primeira década de
existência, funcionou sem sede própria, apresentando as peças numa
adega particular, até que, em 1926 foi inaugurada a sede do Clube
União Vilanovense num imóvel que ainda hoje é a casa-mãe da
coletividade.
Além
da representação, há outras vertentes, desde o grupo coral e
respetivos músicos, passando pela execução de tarefas de produção,
como a montagem dos cenários, preparação dos adereços, iluminação
e som, as quais estão a cargo de elementos que trabalham arduamente
para que os espetáculos atinjam a melhor expressão artística
possível.
Geralmente
o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense estreia no Dia de Natal
uma nova peça, uma preocupação que se repete também em cada
edição do Ciclo de Teatro Amador no Concelho de Cantanhede, não só
para despertar o interesse do público, mas também para motivar os
elementos para novos desafios artísticos.
Sobre
o Grupo de Teatro da ACDC – Associação Cultural e Desportiva do
Casal
Fundado
em 24 de outubro de 2004, o Grupo de Teatro da Associação Cultural
e Desportiva do Casal começou a sua atividade com 16 pessoas sendo
atualmente constituído por cerca de 30 elementos. Estreou-se no dia
26 de dezembro desse ano, no âmbito da Festa de Natal da localidade
onde está sedeado, com um espetáculo de variedades com sketches de
comédia de Manuel Silva Barreto, que tem sido o autor da
generalidade das peças apresentadas, além de encenador, produtor e
ator.
Além
de atuações pontuais a convite de várias entidades, tem
participado no Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, de
forma ininterrupta desde a 12.ª edição, sempre com dramas ou
comédias escritas por Manuel da Silva Barreto.
Sobre
o Rancho Folclórico "Os Lavradores" de Cordinhã
O
grupo foi fundado em 19 de outubro de 1978 por iniciativa do pároco
da freguesia, chamado Fernando, e de um grupo de pessoas convidadas
para o efeito, entre elas o músico Arsénio Cavaco. Cinco anos
depois, mais propriamente no dia 17 de fevereiro de 1983, foi
legalizado por escritura pública no Cartório Notarial de Cantanhede
e publicado no Diário da República III Série, n.º 81 de 8-4-1983
como Associação Cultural e Recreativa, denominada Rancho Folclórico
de Cordinhã.
Este
rancho esteve em atividade 15 anos consecutivos seguindo-se um breve
interregno de cerca de três meses. Posteriormente reiniciou a sua
atividade com a designação de Rancho Folclórico "Os
Lavradores” de Cordinhã, que ainda hoje mantém.
Neste
momento, ao grupo de adultos junta-se o grupo juvenil-infantil
composto por 20 crianças, servindo simultaneamente de escola de
folclore.
Integrado
nesta associação está o grupo Teatro Cordinha d'Água, composto
por pessoas de todos os escalões etários, que participa nos Ciclos
de Teatro da Câmara Municipal de Cantanhede.
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