O Governo de Filipe Nyusi, que falaciosamente clama ter criado 1,4 milhão de empregos, acredita que neste mandato pode criar outros 3 milhões de novos postos de trabalho. “Um hectare de milho metido na cadeia de valor quantas pessoas é podem lá estar empregues”, argumentou na Assembleia da República o ministro da Economia e Finanças durante a apresentação do eleitoralista, e agora desfasado da realidade, Plano Quinquenal do Governo 2020-2024.
No 2º dia do Estado de Emergência o Governo foi a Assembleia da República, reunida numa plenária improvisada no Centro de Conferências Joaquim Chissano, apresentar o seu Plano Quinquenal alicerçado na paz e na criação de 3 milhões de empregos.
“Sobre os empregos, é verdade que se nós olharmos para o número fica difícil se não estivermos a olhar para o que está por detrás”, começou por explicar aos deputados o ministro Adriano Maleiane apontando que para alcançar a meta o Executivo fez grandes opções económicas: agricultura, infra-estruturas, pescas e aquacultura, turismo e indústria extractiva.
O ministro da Economia e Finanças disse que na agricultura “temos de moderniza-la, temos de inovar, mudar a forma de produção e temos de aproveitar tudo o que se produz no sector familiar através de um sistema de comercialização que liga o sector informal com a economia real. Vamos introduzir contratos, é preciso que as associações económicas não fiquem só para fazer reuniões, é preciso que comecem a ser uma ponte para fazer a ligação entre os produtores e aqueles tem de comprar, significa cadeia de valor”.
“Um hectare de milho metido na cadeia de valor quantas pessoas é podem lá estar empregues? Primeiro temos os produtores que lá trabalham, depois temos pessoas que escoam, podem ser empresas a fazer a comercialização, temos que ter pessoas que processem em farinha, a empresa vai precisar de um gestor, de um informático para informatizar o processo de produção e controle financeiro, só num hectare temos muita gente, e quantos hectares haverão disponíveis para fazer isso. Portanto a opções económicas estão baseadas na criação de emprego, esta agricultura tem que ser na base da cadeia de valor, é preciso agitar as famílias para poderem entrar no mercado”, argumentou ainda Maleiane.
Com algum realismo, o governante mais massacrado no quinquénio passado com a gestão das dívidas ilegais e que se preparava para começar a antecipar as receitas do gás natural, deixou claro: “É preciso não pensar que é o Estado que cria, aqui é emprego no sector privado (...) Não estamos a falar só do formal, temos que falar daqueles que tem auto-emprego (...) Essas pessoas que estão a vender na rua estão a fazer trabalho de alguma forma”.
“O Governo sempre olhou para o funcionário, e também para todos os outros, nesta perspectiva de que o salário tem que cada vez mais corresponder ao esforço que está a ser empreendido, mas nós não podemos distribuir aquilo que nós não temos. Para não dizerem que estou a falar no abstracto o que nós conseguimos cobrar em impostos que as pessoas pagam, este ano as projecções estão a dar 196 (biliões de meticais), só fiscais, e os salários só para os funcionários públicos são 129 (biliões de meticais). Não é possível irmos lá para fora pedir donativo para pagarmos salários”, alertou o ministro Maleiane.
Tendo como meta a “fome zero” o Governo de Nyusi propõe-se, até ao fim do 2º mandato, aumentar a produção de cereais para 3,5 milhões de toneladas, atingir 1,4 milhões de toneladas de leguminosas, chegar aos 24 milhões de toneladas de tubérculos, produzir 239 mil toneladas de carnes de frangos e pequenos ruminantes e ainda alcançar 684 mil toneladas de peixe.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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