A associação ambientalista Zero afirmou hoje que a segunda fase de desconfinamento levou a um aumento da poluição do ar, realçando o incremento em 86% da concentração de dióxido de azoto na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
A estação na Avenida da Liberdade registou um aumento da concentração média de dióxido de azoto (um indicador da poluição do ar) de 86% entre a primeira e a segunda fase de desconfinamento, alertou a associação Zero, em comunicado.
Recorrendo às concentrações de dióxido de azoto medidas nas estações de monitorização da qualidade do ar em Lisboa e no Porto, a associação ambientalista nota ainda que, em Lisboa, foram também registados aumentos de 6% nos Olivais e 48% em Entrecampos.
"O uso do automóvel é a principal causa deste aumento, já que é nas estações de tráfego que se verificam os maiores aumentos", conclui, referindo que na Avenida da Liberdade os níveis registados agora estão muito próximos do valor-limite anual de dióxido de azoto, depois de ter registado a concentração mais baixa deste poluente desde 1994, durante o período de estado de emergência.
Já no Porto, a Zero avaliou a única das duas estações de monitorização de qualidade do ar com dados disponíveis desde o início de abril, onde já durante o estado de alerta e de emergência as concentrações tinham sido superiores "ao valor-limite de dióxido de azoto".
"Talvez pelo ponto de partida já ser muito elevado, as concentrações registaram apenas uma aumento da ordem dos 13% entre a 1.ª e a 2.ª fase de desconfinamento, mas estão já muito acima quando comparado com o valor-limite anual do poluente (quase 40% acima)", constata a associação, que alerta ainda para o facto de a estação estar próxima de um semáforo, "o que pode interferir nos dados".
No comunicado, a Zero defende um conjunto de medidas para a cidade de Lisboa a implementar de forma progressiva para garantir "o cumprimento da legislação e melhorem a qualidade de vida numa das áreas mais nobres da cidade", a Avenida da Liberdade.
Já no Porto, a associação entende que "é necessário resolver também estruturalmente os problemas de monitorização e qualidade do ar existentes".
"Estando agora mais conscientes da necessidade de salvaguardarmos a saúde pública, será uma enorme desilusão e uma mostra de incapacidade de gestão dos municípios e do governo se não o conseguirmos fazer", vincou a Zero.
Lusa
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