Viseu prepara “Plano B”, com imaginários do certame, numa mescla de eventos para a retoma económica, cultural e turística da cidade e região.
“A Feira de São Mateus de 2020 não se realizará. É uma decisão muito difícil, mas inevitável, considerando a proibição decidida pelo Governo de cancelamento de todos os festivais e eventos análogos até 30 de Setembro”, anunciou o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Almeida Henriques.
“Compreendemos as razões da decisão do Governo. Lamentamos apenas não termos sido ouvidos. A Feira de São Mateus é o terceiro maior evento do país e o maior evento da região Centro de Portugal. Atrai desde 2016 mais de um milhão de visitantes e gera um volume de negócios superior a 80 milhões de euros”, lembrou o Presidente da Câmara.
Neste contexto, a cidade está já a preparar um “plano B” de animação para o verão deste ano, que estimule a retoma da atividade económica, cultural e turística.
“Viseu não atira a toalha ao chão. Quer continuar a ser um polo de qualidade de vida. A dinamização da restauração, hotelaria e pequeno comércio são decisivos para o ecossistema local e o emprego”, explicou Almeida Henriques. “O nosso centro histórico e os nossos parques são uma força neste contexto”.
O Presidente da Câmara avançou ainda que, muito brevemente, será apresentado o plano “VISEU INVESTE +”, com um pacote de medidas de reanimação económica local. Nesse plano estará o projeto de digitalização do comércio local e de eventos e negócios como a própria Feira de São Mateus.
As decisões resultam de uma auscultação ontem realizada aos principais parceiros e patrocinadores da Feira de São Mateus e da VISEU MARCA, onde marcaram presença marcas como o Banco SANTANDER, a ALTICE Portugal e a SUMOL+COMPAL.
“Há uma forte convergência de posições entre parceiros institucionais e patrocinadores. Contamos felizmente com uma rede de solidariedades muito consistente em torno de Viseu e da Feira de São Mateus. A confiança é um ativo muito poderoso no contexto presente”, assinalou Luís Abrantes, Presidente da Assembleia Geral.
“Fazer uma Feira de São Mateus amputada ou descaracterizada não seria opção”, afirmou por sua vez o gestor do certame e Vereador da Cultura, Jorge Sobrado. “Respeitamos a sua identidade e a reputação que alcançámos. Optámos por uma estratégia ‘Ferrero Rocher’: regressaremos na próxima época para voltar a surpreender. 2021 será a melhor edição de sempre”, sublinhou.
Para já, Município e VISEU MARCA preparam, com os principais parceiros patrocinadores da Feira, uma alternativa para o verão, onde caberá um cabaz de experiências e memórias da Feira de São Mateus. Será também uma oportunidade para a retoma de atividade de muitos dos 300 expositores do certame.
“Não vamos deixar para trás quem nos ajuda a fazer da Feira o que ela é”, sublinhou Jorge Sobrado. “Os nossos parceiros são para todas as horas”.
“Num evento com mais de 600 anos, o baú é inesgotável. A Feira não é um festival de plástico ou de pronto-a-vestir”, explicou Jorge Sobrado.
“Estamos a construir uma alternativa ‘safe & sexy’. Será uma programação sensata, com mais de 100 micro-eventos ao longo do Verão, polinucleados na cidade, onde não faltarão imaginários da Feira, mas também de outros festivais e eventos de Viseu cancelados por efeito da pandemia”, informou.
A Presidente da VISEU MARCA, Cristina Paula Gomes, realçou ainda que “Este é um momento difícil, onde precisamos de comprovar a nossa resiliência. A VISEU MARCA é uma estrutura sólida e é um ativo indispensável ao marketing territorial de toda a região. Não deixará de reinventar o seu papel nesse contexto.”
Para este “plano B”, o Município de Viseu dará especial relevo à participação do ecossistema cultural, criativo e económico local e regional.
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