sexta-feira, 8 de maio de 2020

Negócios da China camuflados em plano comunista

Para proteger as cruzes de suas igrejas, católicos de Zengshan colocam grandes pedras em frente aos portões principais das mesmas, para que os veículos da ditadura comunista não consigam aproximar-se.

Por Nelson R. Fragelli

Diante dos riscos da epidemia chinesa, o povo brasileiro vem se mantendo calmo e ordeiro, ao contrário de certa mídia e de muitos políticos, que se agitam e espalham o medo.

Em parte considerável dos homens públicos, o interesse próprio vem prevalecendo sobre a saúde da população, em particular da mais pobre. Como consequência, o desprestígio da classe político-partidária e da mídia não surpreende mais. Até mesmo falsificações de informações médicas e estatísticas hospitalares, divulgadas por órgãos oficiais, dão prioridade à politicagem, ao invés do combate ao vírus.

As ameaças externas, feitas a qualquer povo, sempre constituíram momentos de união nacional. Disputas internas eram temporariamente suspensas, enquanto governantes e governados uniam seus esforços para enfrentar as adversidades. Nos presentes dias, contudo, parte da mídia e velhacas facções políticas escarnecem dessa ingente necessidade; e, como verdadeiros sucessores de Calabar, estendem a mão ao inimigo externo, enquanto nos dignos brasileiros a sensatez paira acima dessa ignomínia. Por enquanto o fazem com pesar e contrariedade, que não tardará a se transformar em indignação incontenível.

O inimigo externo
O inimigo responsável pela disseminação do coronavírus — a China — vem manipulando a evolução da pandemia visando auferir vantagens econômicas e políticas, tanto internas quanto externas. No que diz respeito ao Brasil, os títeres da administração de Pequim têm procurado, com seu vírus e seu capital, tirar o maior proveito possível da situação criada. Movem-se desinibidamente nos corredores governamentais de alguns estados brasileiros, assinando contratos, vendendo e comprando, tornando-se inclusive participantes na gestão de empresas nacionais. “Aproveitar de tudo e de todos” — é assim que entendem e vão pondo em prática a expressão “negócio da China”.

Fiel à ideologia totalitária, com avidez de poder, a China vem manobrando para impor ao Brasil seu sistema de governo ditatorial, praticado desde os dias sombrios de Mao Tsé-Tung [foto acima]. Esse seria o “novo mundo” anunciado por futurólogos e filósofos políticos, cujos livros se multiplicam no mercado; segundo os quais as sociedades não serão mais as mesmas depois do vírus. Terão sido substituídas pelo “mundo chinês” — sem liberdade, e sobretudo sem fé — muito pior, portanto, do que o vírus atual e ainda outros que poderão surgir.

Perseguições à Igreja
Há tempos a China vem movendo impiedosa perseguição à Igreja Católica, herança das odiosas atrocidades comunistas praticadas atrás da “cortina de ferro”, na extinta União Soviética. Igrejas são demolidas, cruzes abatidas, sacerdotes e bispos encarcerados. Recentemente a cidade de Wenzhou, na província de Zhejiang, foi atingida por múltiplas destruições de edifícios religiosos. Não por acaso, pois Wenzhou era denominada a Jerusalém da China, precisamente em razão do número e beleza de suas igrejas. A partir de 2016, ali foram atacadas nada menos que 64 igrejas, e em alguns casos foram arrancadas apenas as cruzes no alto dos campanários. Mas, ao contrário do desejado, as perseguições não fazem senão aumentar o número de conversões, um dos principais temores do despótico e “sorridente” Xi Jinping [foto abaixo].

Não apenas fé faz tremer os autocratas, ditadores do Partido Comunista Chinês (PCC), que são especialmente autoritários e rigorosos quando se trata de reprimir as críticas à corrupção do governo. Basta ver sua impiedosa reação à sistemática e crescente oposição ao caudilhismo de Pequim, que em Hong Kong a população chinesa sustenta.

Programa a ser implantado no mundo
O PCC, segundo dita o catecismo comunista, deseja exportar para o mundo inteiro esse mesmo modelo de subserviência ao Estado. Nos países que pretende conquistar, conta com o apoio dos respectivos partidos comunistas e de esquerda; dos quintas-colunas e inocentes úteis, presentes nos mais diversos setores; dos grandes meios de comunicação social; e até mesmo de membros do clero progressista, sequazes da Teologia da Libertação. O Brasil, por sua extensão e riqueza, é especialmente cobiçado. Mas, na sua maior profundidade, a sanha dessas forças para tentar derrubar o atual governo anticomunista é devida à nossa tradição católica.

O toque sinistro de numerosas tubas midiáticas, que apregoam esse “novo mundo”, elogia dissimuladamente a entrada em cena desse “estilo chinês” de governo. Estilo que nada tem de novo, pois já foi enaltecido e praticado pelos utopistas anticristãos e comunistas de séculos passados: “Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numa República Universal não sejam senão denominações geográficas; um mundo sem desigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a felicidade definitiva do homem — eis a utopia para a qual a Revolução nos vai encaminhando” (Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, parte I, cap. XI, 3).

Sob a máscara acobertadora do coronavírus (cuja epidemia foi denominada covid-19), mostra suas garras uma imensa transformação ideológica com forte aceno autoritário, valendo-se da oportunidade que se apresenta num ambiente de pânico. E desde já manuseia a espionagem eletrônica, a exemplo da que foi determinada em abril pelo governo de São Paulo: cada celular será rastreado a fim de controlar agrupamentos, e até mesmo simples reuniões de família.

Ocorrerá à China fazer entre nós o monitoramento de tal sistema espião? Experiência não lhe falta, pois há anos o pratica. E não parece sem propósito que ela se empenhe tanto para instalar a tecnologia 5G. Tal intromissão no cotidiano das pessoas tem tudo para estender-se velozmente a um controle mais amplo de movimentos, colocando nas mãos da autoridade central um poder nunca antes exercido — o de manipular a informação, difundir estatísticas e compor notícias geradoras de disposições psicológicas.

Embora com aparências de science fiction, assim se vão instalando de fato no Brasil delírios ditatoriais e escravagistas, como no primitivo e “inocente” big brother imaginado por George Orwell no seu livro 1984. Foi graças a esse supercontrole que a China escondeu, pelo menos desde novembro de 2019, o surgimento desse vírus devastador. E agora, implantados a morte e o pânico, eis que ela assume no panorama sua “missão” de se imiscuir profundamente na vida de cada povo e de cada pessoa. Este é, provavelmente, o momento esperado e oportuno.

É evidente que Pequim almeja o pior para todo o mundo ocidental, ou seja, a submissão ao seu regime comunista. Se os germes desse regime prosseguissem livremente seu desenvolvimento entre nós, como vinha ocorrendo desde a ascensão de Fernando Henrique Cardoso em 1995 (retraídos e parcialmente contidos a partir de 2013, quando manifestações multitudinárias contra o comunismo e a corrupção puseram fim à governança do PT), hoje poderíamos estar esmagados e gemendo sob o tacão chinês.
Há anos a China vem aperfeiçoando mecanismos de vigilância e dispositivos de controle de seus habitantes. No Ocidente já se fala em adotar o sistema chinês em seus respectivos países. Sob a máscara acobertadora do coronavírus os governos mostram as garras de uma imensa transformação ideológica com forte acento autoritário.

Irresponsabilidade culposa da China
Segundo o Prof. Luc Montagnier, prêmio Nobel de Medicina em 2008, a partir de um modelo inicial, podendo ter sua origem em morcegos, o coronavírus passou por manipulação de laboratório em Wuhan.

A covid-19 foi detectada em novembro do ano passado na cidade chinesa de Wuhan. Na feira de animais local, em dezembro, consta que um feirante fora identificado como seu portador. A notícia circulou, as famílias se amedrontaram, escolas se alarmaram. Mas o PCC não quer a circulação dessas notícias, e estabeleceu a censura das comunicações pela internet, pois a propagação de uma epidemia seria enorme fonte de desprestígio para o governo central.

As informações difundidas pela mídia sobre esse vírus parecem não ter limites. Sua propagação, modos de contê-la, o número de suas vítimas, eventuais remédios e vacinas circulam em avalanches. É preciso grande esforço de discernimento a fim de ponderá-las. Entre elas é preciso assinalar as declarações do Prof. Luc Montagnier [foto acima]. A descoberta do retrovírus causador da AIDS valeu-lhe em 2008 o prêmio Nobel de Medicina. Esse virologista francês fala, portanto, com conhecimento de causa. Segundo ele, a partir de um modelo inicial, podendo ter sua origem em morcegos, o coronavírus passou por manipulação de laboratório em Wuhan. Entretanto, o renomado professor não levanta hipóteses sobre a finalidade de tal manipulação.

No início de janeiro deste ano o perigo foi denunciado por oito médicos, entre os quais o Dr. Li Wenliang, que morreria infeccionado pouco depois. Todos eles foram imediatamente presos. Além de a Comissão Nacional Chinesa proibir qualquer publicação a respeito, o médico responsável, Dr. Wang Guangfa, afirmou que a doença estava sob controle e não passava de “leve pneumonia”. No dia 6 de janeiro já não se sabia o paradeiro do advogado Chen Qiushi, que havia difundido pela internet imagens dos superlotados e ineficientes hospitais de Wuhan.

Em meados do mês a epidemia não podia mais ser escondida, e forças policiais continuavam proibindo o acesso às informações, mantendo os jornalistas longe dos hospitais. O governo comunista cometeu então a irresponsabilidade criminosa de distribuir 200 mil convites para um banquete em Wuhan, comemorativo da entrada do ano novo lunar. Terminado o banquete, milhares de convivas regressaram aos seus respectivos lugares. O número de infecções foi tal, que Wuhan precisou ser isolada.

Xi Jinping ordenou pessoalmente a intensificação da censura na internet. A mesma ordem foi renovada em 15 de fevereiro. Delações passaram a ser pagas pelo governo. O Prof. Xu Zhangrun foi colocado em prisão domiciliar, por ter dado um parecer sobre a situação, no qual concluía que “a epidemia revela o cerne podre do regime chinês”. Simultaneamente à expulsão de jornalistas estrangeiros, o Departamento de Propaganda do Estado lançou comunicado louvando “a liderança extraordinária de Xi Jinping, característica dos chefes grandes e poderosos”.

Como essa desacreditada bajulação não moveu ninguém, o Ministério do Exterior acusou soldados norte-americanos de levar o vírus à China. O diário “Global Times”, órgão do PCC, cometeu em 22 de março a desfaçatez de negar que o vírus tenha se originado na China.

A agência de notícias “Asia News” noticiou o desaparecimento da Dra. Ai Fen, que em 30 de dezembro havia denunciado o surgimento do vírus. Há uma longa lista de desaparecidos, por terem criticado a inépcia do governo. Foi o caso do estudante Zhang Wenbin, da cidade de Shandong, que ousou queixar-se do “grande e poderoso chefe”. Ele foi preso “por perturbar a ordem pública”, e depois sumiu. Análogo destino tiveram numerosos intelectuais — como Xu Zhiyong defensor dos direitos humanos, Xu Zhangrun e He Weifang —, cujo “crime” foi o de inculpar o governo pela difusão da epidemia. A polícia política deu sumiço aos que viram e denunciaram o mal, impedindo-os assim de evitar a morte de incontáveis pessoas mundo afora.

Segundo declaração do Cardeal Charles Bo, Arcebispo de Yangon (no Myanmar, país fronteiriço com a China), o governo do PCC cerceou as notícias, censurou a internet, silenciou os denunciantes, aumentou a repressão. Querendo esconder sua vergonha, escondeu o mal; e quando o mal foi tardiamente revelado, os comunistas rejeitaram ajuda estrangeira. O governo chinês tornou-se assim responsável pela morte ou empobrecimento de milhões de pessoas em todo o mundo. Quantos pobres são hoje reduzidos à miséria, por terem cessado o trabalho ou mesmo perdido o emprego em razão dessas quarentenas?

Poltrões do Ocidente
Protegidas por trajes especiais, cientistas chinesas trabalham num avançado laboratório em Wuhan. Enquanto isso, cresce no Ocidente a desconfiança de que o coronavírus possa ter surgido de uma mutação proposital ordenada pelo regime comunista chinês.

Sessenta anos atrás, Plinio Corrêa de Oliveira advertia: “A China vai lentamente começando a intimidar e imobilizar os poltrões do Ocidente. A Rússia, cada vez mais, agrada, ilude e atrai os tolos. Uns e outros, poltrões e tolos, tendem a recuar, transigir, conciliar a todo custo. E, francamente, quando alguém tem de seu lado todos os tolos e todos os poltrões, pode jactar-se de dispor de uma esplêndida maioria” (A Revolução em 1960 – Catolicismo, janeiro/1960).
A indústria chinesa, movida pela tecnologia ocidental, começou a produzir e vender, a expensas do próprio Ocidente. Esse enriquecimento inicial resultou do trabalho escravo de uma população submissa. E o Ocidente, jactando-se ufano de suas liberdades, prestou-se a essa vergonha.

A “revolução cultural” de Mao Tsé-Tung se gabava então de manter a China como país campestre, sem maquinaria nem indústria. Depois, manipulada por outras mãos e movida pela tecnologia ocidental, ela começou a produzir e vender, a expensas do Ocidente. Esse enriquecimento inicial resultava do trabalho escravo de uma população submissa. E o Ocidente, jactando-se ufano de suas liberdades, prestava-se a essa vergonha. Esse esforço dos poltrões e dos tolos, enriquecendo o despotismo, marcou o início do sabujismo ocidental. Mas sabujos, tolos e poltrões tinham verdadeira avidez em submeter-se ao “tigre oriental”.

A atual epidemia é certamente um momento de reflexão. Dúvidas despontam por todos os lugares. Antagonismos saltam aos olhos. A perspicácia de nosso povo começa a ver as reais intenções escondidas além da cortina de bambu, e aos poucos se esvanece o ópio chinês, dando lugar a indagações: vale a pena negociar com um governo que mente? É sensato aliar-se à falta de escrúpulos?

O momento pede reflexão. Muita reflexão…

ABIM

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