- Para 77% dos portugueses há comportamentos que vieram para ficar e os cuidados com a higiene e saúde são os mais referidos.
- 84% mudaram comportamentos nos espaços comerciais e nos critérios de escolha de produtos e marcas.
A nossa forma de estar, de trabalhar, conviver e consumir sofreu, nos últimos meses, alterações drásticas fruto das circunstâncias. Um novo contexto, desconhecido para todos, obrigou a adaptações e adoção de novos comportamentos quotidianos em tempo recorde.
De acordo com o inquérito realizado pelo Observador Cetelem, 77% dos portugueses consideram que muitas destas mudanças vieram para ficar e que a necessidade de redobrar cuidados com higiene e saúde (88%) é a principal alteração nos seus hábitos, especialmente na região Sul do país (96%).
Já o distanciamento físico parece ter reforçado a vontade de maior convívio com a família e os amigos – manifestada por 85% dos inquiridos, mais sentida na faixa entre 45 e 54 anos (92%).
O confinamento forçado aumentou a vontade de fazerem exercício físico ao ar livre (72%), mas também de remodelarem as suas casas (48%), onde passaram grande parte do tempo. Os portugueses estão ainda a utilizar mais tecnologia (71%), mas dizem agora que precisam de ter melhores serviços de telecomunicações (66%).
No que respeita às alterações na forma de trabalhar, 67% dos portugueses indicam o aumento do teletrabalho como uma das principais mudanças que permanecerão no futuro, sendo referido maioritariamente pelos inquiridos entre os 18 os 44 anos.
Mudanças nos produtos e nas marcas
Os inquiridos pelo Observador Cetelem acreditam também que há alterações no consumo que vieram para ficar, sendo a maior das mudanças os comportamentos nos espaços comerciais (84%) – como a necessidade de utilização de máscara, a desinfeção das mãos ou o distanciamento físico, entre muitos outros que estão a ser adotados. Estes mais mencionado pelos inquiridos entre 18 aos 25 anos e pelos habitantes em Lisboa.
Para estimular aquisições, os consumidores consideram que, durante a reabertura, os comerciantes devem apresentar ofertas e promoções especiais (90%); ter sistemas de higienização para produtos (88%); continuar a ter entregas ao domicílio com garantia de saneamento (84%); ter pontos de venda higienizados com sistemas de ventilação (80%); ou alargar o horário de funcionamento (76%). São ainda mencionados o atendimento apenas por marcação (67%) e os pagamentos apenas com cartão bancário (64%).
Os portugueses garantem ainda estar a prestar mais atenção aos preços dos produtos e aos efeitos destes na saúde (44%), uma mudança que é identificada de forma transversal a qualquer região do país.
Quando fazem compras os portugueses passaram a ter como principais critérios para escolher uma marca, o contributo que ela dá à criação de emprego no país (44%), o respeito que tem pelos direitos humanos (44%), mas também a boa relação qualidade-preço dos produtos (44%) ou o facto da produção e as matérias primas terem origem nacional (42%).
Metodologia:
O inquérito quantitativo do Observador Cetelem 2020 foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen. Este teve por base uma amostra representativa de 1000 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos de idade. A amostra total é representativa da população e está estratificada por distrito, sexo, idade e níveis socioeconómicos e conta com um erro máximo associado de +/- 3.1 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram realizadas telefonicamente (CATI), com informação recolhida por intermédio de um questionário estruturado de perguntas fechadas. O trabalho de campo foi realizado entre 20 de maio e 1 de junho de 2020.
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