Uma
solução
de monitorização de eventos que podem colocar em risco
o
património
baseada em dados de satélite gratuito, desenvolvida por uma equipa
de investigadores do Centro de Estudos de Arqueologia, Artes e
Ciências do Património (CEAACP) da Universidade de Coimbra (UC), em
parceria com a Startup
Theia, tecnológica incubada no Instituto Pedro Nunes (IPN), foi o
projeto vencedor da primeira competição internacional “Copernicus
Hackathon Cork” dedicada ao Património Natural e Cultural.
O
evento, organizado em Cork (Irlanda), decorreu de forma online,
entre 9 e 13 de junho, e o desafio lançado aos participantes, que
tinham de se apresentar em equipas até quatro pessoas, consistia em
desenvolver soluções para ajudar a gerir, salvaguardar e
monitorizar o património natural e cultural com recurso a dados de
satélite dos programas “Copernicus” e “Galileo”.
A
equipa de Coimbra, constituída por Ricardo Cabral, Martino Correia,
Steffan Davies e Tiago Cordeiro, apresentou a “ARCHER
– Heritage Surveillance and Monitoring”,
uma solução de monitorização de riscos múltiplos que usa
«dados
de satélite, atualizados semanalmente, para deteção da ação de
eventos que poderão pôr em risco o património, como por exemplo, o
abatimento dos solos, deslizamentos, erosão eólica e hídrica,
inundações costeiras e fluviais, bem como atividades de natureza
antrópica. Tendo em conta as previsões atuais da evolução das
alterações climáticas, cremos que as ferramentas da plataforma
ARCHER serão indispensáveis para monitorizar e proteger o
património com a maior eficácia possível».
De
momento, «a
plataforma ARCHER está a completar o ciclo de testes de
demonstração, tendo já sido desenvolvidos projetos-piloto com as
Direções Regionais de Cultura do Alentejo e Algarve»,
adiantam os mentores do projeto.
A
vitória alcançada nesta competição assume grande importância. «É
o reconhecimento internacional do esforço investido pela equipa numa
tecnologia inovadora que pretende contribuir para a proteção do
património. O desenvolvimento de projetos nesta área tecnológica
por uma unidade de investigação em Humanidades é verdadeiramente
extraordinário na Universidade de Coimbra»,
declaram os investigadores.
O
prémio inclui 12 meses de incubação no programa “Copernicus
Accelerator” e um vale de subscrição no valor de 1200 euros para
acesso ao repositório “OneAtlas” da Airbus.
O
“Copernicus” é o Programa Europeu para a Observação da Terra,
coordenado e gerido pela Comissão Europeia e pela Agência Espacial
Europeia.
Cristina
Pinto
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