A deputada federal do Brasil Flordelis dos Santos de Souza foi constituída arguida como mandante do assassínio do seu marido e pastor evangélico. Anderson do Carmo morreu com 30 tiros. O crime chocou o país no ano passado. Sete filhos e uma neta de Flordelis foram presos.
Sete dos 55 filhos do casal e uma neta foram presos e são suspeitos de envolvimento no crime. Por Flordelis dos Santos de Souza ter imunidade legislativa, só pode ser presa em flagrante delito por um crime hediondo.
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que investigaram o caso, a deputada foi responsável pelo assassinato do marido, mas, apesar de ter sido denunciada à Justiça por cinco crimes, não pôde ser detida porque tem imunidade parlamentar.
O assassínio ocorreu a 16 de junho de 2019, quando o casal, que tinha 55 filhos, dos quais 51 são adotados, chegou a casa, em Niterói, no Rio de Janeiro, após ter participado numa cerimónia religiosa.
Na ocasião, a deputada do Partido Social Democrata (PSD), que também é pastora evangélica e cantora de gospel, disse à imprensa e às autoridades que o marido tinha sido morto por homens que alegadamente os perseguiam numa motocicleta.
A deputada parlamentar atribuiu, então, o crime a uma tentativa de assalto à residência e à violência que afeta o estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Segundo o delegado Allan Duarte, responsável pela primeira fase da investigação, o filho biológico da deputada Flávio dos Santos Rodrigues foi apontado como autor do crime, e Lucas César dos Santos, filho adotivo do casal, como a pessoa que comprou a arma.
No entanto, ações de inteligência subsequentes permitiram às autoridades apontar a deputada como responsável pelo assassínio do marido e estabelecer que a causa do crime "teria sido a luta pelo poder e sua emancipação financeira".
A 24 deste mês, a polícia executou nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão nas residências de suspeitos envolvimentos no crime.
Sete filhos do casal estão entre os detidos, dos quais quatro são filhos adotivos e três são biológicos. Uma neta dos pastores evangélicos também foi presa pelas autoridades.
A deputada, que ficou famosa como cantora gospel, tendo lançado dez discos, foi indiciada no Superior Tribunal de Justiça pelos crimes de homicídio triplo qualificado, tentativa de homicídio, falsificação ideológica, uso de documento falso e associação criminosa.
Lusa / Madremedia
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