O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, admitiu hoje que o Governo conservador não descarta decretar um segundo confinamento nacional para conter a pandemia covid-19, embora considere esta opção um "último recurso".
"Faremos o que for necessário para garantir a segurança dos cidadãos, mas a primeira linha de defesa é respeitar as regras de distanciamento social", disse à emissora pública BBC.
O ministro disse que, como uma segunda "linha de defesa" está o sistema de deteção e rastreamento de contágio, depois do qual vêm os confinamentos localizados, como o que hoje vigora em partes do nordeste da Inglaterra, e, finalmente, "medidas nacionais", como as aplicadas entre março e maio.
"Não quero que isso aconteça", e para evitá-lo é importante que "as pessoas se unam e reconheçam que estamos diante de um desafio sério", afirmou.
A BBC noticiou hoje que o Executivo britânico está a avaliar a imposição de novas restrições em toda a Inglaterra na próxima semana, que incluiriam o encerramento de bares e restaurantes, mas mantendo escolas e locais de trabalho abertos, devido ao aumento exponencial de infeções nos últimos dias.
Segundo a estação pública, o diretor geral de saúde e o principal assessor científico do governo alertaram, numa reunião na quarta-feira, para o risco de um agravamento da situação epidémica e um número significativo de mortes até o final de outubro se não forem feitas mais intervenções.
O jornal Financial Times adianta que uma hipótese sugerida por cientistas que aconselham o governo é decretar um confinamento mais curto para coincidir com as férias escolares intercalares da última semana de outubro, limitando assim o impacto no ensino.
Um estudo da universidade Imperial College publicado na semana passada sobre os níveis de infeção em Inglaterra indicou que o número de casos tem estado a duplicar todos os sete a oito dias desde 22 de agosto.
O Reino Unido é o país com o maior número de mortos na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.
Lusa
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