Depois de uma semana sem restrições para os viajantes do Reino Unido, Portugal arrisca-se a assistir a um volte-face no turismo.
As transportadoras aéreas britânicas estão preocupadas com a eventualidade de o Reino Unido retirar Portugal da lista de países livres de quarentena.
Depois de se registar nos últimos dias um aumento de casos de contágio, a imprensa britânica avançou esta segunda-feira que Portugal está perto de atingir os limites estabelecidos por Londres, pelo que pode regressar à lista vermelha.
Se assim for, os turistas que partam do território nacional ficam sujeitos a quarentena obrigatória à chegada a solo britânico, o que pode desencorajar viagens.
Portugal saiu no dia 22 de agosto da lista de países cujos visitantes ficam obrigados a cumprir quarentena, o que motivou um aumento das viagens. Voltar à lista vermelha vai provocar o "caos", considera o presidente executivo da International Airlines Group, empresa holding formada 2010 como resultado da fusão entre a British Airways e a Iberia, que integra ainda a Aer Lingus, a Vueling e a LEVEL, entre outras.
Num artigo de opinião no jornal Times, Willie Walsh escreve que ao estar sempre a alterar os requerimentos de quarentena, o Reino Unido está "oficialmente a pendurar o sinal de 'fechado'".
"Uma nova inversão do governo, ao adicionar Portugal à lista de quarentena, vai causar mais caos e adversidades para os viajantes", alerta.
O eventual regresso à lista vermelha deve-se à subida na taxa de infeções em Portugal para 21,1 casos por cem mil habitantes registada na última semana (quando na semana anterior se registavam 19,4 casos/100 mil habitantes). Um argumento que não faz sentido para Willie Walsh.
"O governo está a a utilizar estatísticas arbitrárias para efetivamente banir 160 países e o processo está a destruir a economia", condena.
Antes da pandemia, mais de dois milhões de turistas britânicos visitavam Portugal todos os anos. A grande maioria preferia o Algarve, para onde viajaram cerca de 1,3 milhões de turistas no ano passado.
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