As regiões de Piemonte e Ligúria pediram ao Governo central que declarasse estado de emergência após as graves inundações que devastaram parte do noroeste da península transalpina, divulgaram hoje as autoridades locais.
De acordo com os dados atualizados hoje, duas pessoas morreram, um bombeiro voluntário e o condutor de um veículo, e outras duas estão desaparecidas devido às fortes chuvas que caíram na região nos últimos dias.
Especialistas trabalharam para avaliar os danos materiais, mas Piemonte e Ligúria já apelaram à solidariedade nacional. Os presidentes regionais assinaram em conjunto uma carta pedindo ao Governo que declarasse o estado de emergência.
“A situação é muito grave. É como em 1994″, quando as enchentes do rio Pó e do Tarano mataram 70 pessoas, disse o presidente regional de Piemonte, Alberto Cirio, ao jornal La Stampa.
“Com uma diferença, é que caíram 630 milímetros de água em 24 horas, algo inédito em tão pouco tempo desde 1954″, garantiu.
As regiões, segundo Cirio, já estão estranguladas pelas consequências económicas do confinamento observado pela Itália por causa da pandemia do novo coronavírus, que matou cerca de 36 mil pessoas no país.
“Inicialmente, a região vai libertar fundos destinados a cobrir desastres naturais. Mas, estamos numa situação extraordinária num momento já extraordinário. Por causa da pandemia, a região vai receber este ano 200 milhões de euros a menos de impostos. Se o Estado não intervir, não vamos levantar “, alertou.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, prometeu “máxima atenção” do seu governo e o presidente da República, Sergio Mattarella, garantiu às regiões sua “proximidade com os territórios”.
As chuvas torrenciais – mais de 60 centímetros — que caíram entre sexta-feira e sábado em Piemonte, Ligúria, Vale de Aosta e em menor escala na Lombardia, provocaram o transbordo dos rios, que causaram inundações repentinas e deslizamentos de terra.
As águas e a lama invadiram cidades, vilas e estradas, destruíram várias pontes, comércios e casas ficaram submersas e veículos foram levados pela força das águas.
Em alguns lugares, o rio Pó excedeu o seu nível normal em três metros.
Lusa
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