A presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) alertou hoje que a pandemia tem afetado mais as mulheres do que os homens, seja por terem um maior risco de infeção seja pela perda de emprego.
"Não é por acaso que há mais mulheres infetadas do que homens. É natural, porque tem a ver com a sua exposição ao risco a que o trabalho de grande parte das mulheres obriga", afirmou Sandra Ribeiro, que falava no webinar "Pilar Europeu dos Direitos Sociais", organizado pelo Centro de Informação Europe Direct da região de Coimbra.
A presidente da CIG realçou ainda que a falta de partilha das tarefas domésticas também dificulta a conciliação entre vida pessoal e profissional para as mulheres num contexto de teletrabalho e que são também as mulheres que mais têm sofrido com as consequências económicas da pandemia.
"Os empregos perdidos em consequência direta da pandemia são empregos femininos, sobretudo na hotelaria, restauração, postos de trabalho já tradicionalmente mal pagos e caracterizados pela precariedade", notou.
Na sua intervenção, Sandra Ribeiro salientou a dificuldade de garantir uma maior partilha das tarefas domésticas entre homens e mulheres, considerando essa parte "mais difícil" de implementar do que a igualdade salarial.
"[A lei] não consegue entrar em casa das pessoas. Aí, entra a educação. No dia em que conseguirmos que as nossas crianças sejam educadas para a igualdade desde o primeiro momento, elas terão uma maior tendência para serem igualitárias e para chegarem ao mercado de trabalho de forma igual", defendeu.
A presidente da CIG frisou também que, desde muito cedo, de forma até "inconsciente", há uma separação nas escolhas vocacionais e académicas dos jovens, com as raparigas a irem "mais para as áreas do cuidado e da saúde e os rapazes para as engenharias".
Lusa
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