Quase metade dos hotéis preveem encerrar até ao final do ano e os grupos com várias unidades admitem fechar 56% dos seus estabelecimentos, revelou hoje a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
De acordo com o inquérito 'flash' "Encerramentos na Hotelaria 2020/2021", cujos resultados foram hoje apresentados, em conferência de imprensa 'online', pela presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, 45% dos inquiridos preveem encerrar até ao final do ano.
Adicionalmente, os grupos hoteleiros com várias unidades admitem encerrar 56% dos seus estabelecimentos também até ao final do ano.
Dos que preveem encerrar até ao final do ano, a região do Algarve destaca-se, com 65% dos estabelecimentos a admitirem fechar até final de dezembro, sendo que desses 70% já se encontravam encerrados em novembro.
Segue-se a Região Autónoma da Madeira, com 57% dos inquiridos a prever encerrar até ao final do ano, sendo que todos esses já se encontravam fechados em novembro.
Em Lisboa, 46% respondeu que estão encerrados até ao final do ano, sendo que 93% não abriram no mês de novembro.
Quanto ao período de encerramento, o valor médio é de 4,1 meses, de novembro em diante.
Assim, 46,4% estimou abrir em março de 2021, 23,7% disse ainda não ter uma previsão de abertura e 16,9% apontou a reabertura para o segundo trimestre do próximo ano.
Dos que referiram que vão encerrar, apenas um inquirido disse que não vai voltar a abrir portas, mas a AHP sublinhou que não trabalha com empresários em nome individual.
Quanto aos estabelecimentos que se mantêm abertos, estima-se uma redução de 72% da oferta de unidades de alojamento, ou seja, não estarão a funcionar em plena capacidade.
Quando questionados sobre se ponderam adotar uma utilização intermitente do seu estabelecimento (abrir, por exemplo, aos fins de semana ou para eventos), 40% respondeu estar disposto a abrir pontualmente.
No Alentejo, 70% disse que só abre ao fim de semana, tendo a AHP recebido queixas dos empresários daquela região relativamente às restrições impostas pelo Governo nos dois últimos fins de semana prolongados.
Quanto aos apoios do Governo, 65% recorreu ao apoio extraordinário à retoma, designadamente no que diz respeito à redução do período normal de trabalho.
Daqueles, mais de 80% dos inquiridos recorreram a redução do período normal de trabalho, entre 41% e 100% de redução.
"Como a performance do Alentejo foi bastante interessante no verão, por comparação com outras, 65% nas unidades não recorreram a redução do período de trabalho", explicou Cristina Siza Vieira.
A presidente executiva da AHP deixou, ainda, um desafio ao Turismo de Portugal, defendendo que o reforço da imagem de Portugal junto dos principais mercados emissores turísticos, como o Reino Unido e Alemanha, esteja alinhado com os planos de vacinação desses mercados, ou seja, a que faixas etárias se dará prioridade para vacinação naqueles países.
Relativamente às estimativas de perdas na hotelaria para o ano de 2020, a AHP mantém as previsões que já tinha apresentado: perda de 80% de dormidas, o que significa 46,4 milhões de dormidas perdidas, e uma queda de 80% nas receitas, um total de 3,6 mil milhões de receitas perdidas na hotelaria.
"As nossas estimativas são, neste momento, o pior cenário, 80% a nível nacional, considerando também as ilhas", reiterou Cristina Siza Vieira.
Lusa
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