segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Zineb El Rhazoui nomeada para o Prémio Nobel da Paz 2021

Zineb El Rhazoui, jornalista que escapou ao atentado terrorista à redacção do jornal francês Charlie Hebdo, é uma das figuras nomeadas para a edição de 2021 do Prémio Nobel da Paz. De origem marroquina, Zineb é activista pela laicidade e pelas liberdades individuais dos povos islamitas, assumindo com frontalidade o seu ateísmo. Há exactamente um ano a Guerra e Paz, Editores publicou um corajoso ensaio, em que Zineb repudia veementemente o extremismo islâmico, separando-o dos valores culturais muçulmanos. Destruir o Fascismo Islâmico é o título desse manifesto de leitura obrigatória.

É a mulher com maior protecção policial de França e sofre ameaças de morte diariamente. Tudo porque Zineb El Rhazoui se recusa a pactuar com a ideia de que o islão enquanto fé não se distingue do Islão enquanto civilização e de que a simples crítica ao fundamentalismo islâmico seja considerada islamofobia ou racismo. Assume-se orgulhosamente como ateísta de cultura muçulmana e acusa os islamitas de manterem «o bom senso refém» sempre que ocorre um atentado terrorista.

«Gritam em uníssono “isto não é o islão!”, mas, ao mesmo tempo, trabalham para privar a sociedade de qualquer meio para lutar contra as manifestações da mesma ideologia criminosa que, hipocritamente, condenam».

A activista franco-marroquina ataca ferozmente a postura do Islão e recorda os dez camaradas que foram brutalmente assassinados no atentado à redacção do jornal satírico Charlie Hebdo, em Destruir o Fascismo Islâmico, ensaio editado em Fevereiro de 2020 pela Guerra e Paz, Editores. Um livro de leitura obrigatória, transparente, frontal e acessível a todos, quer estejam familiarizados com a questão do Islão ou não. Que esta visão seja agora contemplada com a nomeação para o Prémio Nobel da Paz, é um reconhecimento mais do que justo pela acção e pela reflexão de Zineb El Rhazoui.


A indicação de Zineb surge lado a lado com a da activista ambiental Greta Thunberg, do líder da oposição russa, Alexeï Navalny, do fundador do WikiLeaks Julian Assange e do ex-presidente americano Donald Trump. Nomes de proveniências e motivações muito díspares, entretanto anunciados pela Agência Reuters. O vencedor do Nobel da Paz será anunciado no próximo mês de Outubro.



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