A previsão de crescimento económico na zona euro para este ano foi melhorada em três décimas pela OCDE, estimando-se agora uma retoma de quase 4% no conjunto dos países da moeda única.
Em entrevista à Euronews, a economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico alertou no entanto para a importância de acelerar a vacinação e o problema de divergências de políticas de combate à epidemia entre os países.
A OCDE tinha publicado uma estimativa em dezembro, agora reviu-a à luz do progresso do combate global à pandemia e apontou a uma retoma de 5,6% a nível mundial, este ano, e de 4% em 2022, o que equivale a melhoria de 1,4% e 0,3%.
Colocando o foco na zona euro, após o mergulho de 6,8% no ano passado, o ano da Covid-19, a estimativa para este ano é uma subida de 3,9% e de 3,8% para 2022.
Muito importante para esta retoma será, no entanto, o progresso da vacinação contra a Covid-19, como nos explicou Laurence Boone.
"A melhor política económica hoje em dia é vacinar mais e mais rápido. Se estamos em guerra com o vírus , temos de ter recursos para essa guerra, [temos] de produzir e distribuir a vacina. O que vemos é que quando olhamos para um país como Israel, com uma taxa de vacinação altíssima, hoje em dia as restrições à mobilidade acabaram e a atividade económica está a ser retomada à velocidade da luz.
Vemos isso [também] com os Estados Unidos ou com o Reino Unido. Na Europa, estamos atrasados. Não só não produzimos vacinas suficientes como as que temos não as utilizamos devidamente. Devemos passar rapidamente a uma velocidade de guerra", afirmou a economista-chefe da OCDE.
Israel lidera a tabela da vacinação, com mais de 50% já vacinada pelo menos com uma dose, beneficiando do facto de ter sido laboratório de testes da Pfizer/BoNtech.
O Reino Unido precipitou a vacinação sem certificação, logo no início de dezembro, já tem mais de 30% da população com pelo menos uma dose de vacina tomada, enquanto a Europa continua a jogar pelo seguro em bloco e com custos na rapidez do processo.
Laurence Boone diz-nos ser muito importante não serem deixados para trás os países mais pobres, como acontece com o Brasil, um dos três países mais afetados pelo SARS-CoV-2, com políticas divergentes entre os governadores estatais e o próprio Governo federal de Jair Bolsonaro.
"Se não vacinarmos nos países emergentes ou de menor rendimento, o vírus vai continuar a circular, vamos continuar ter fronteiras fechadas e as atividades turísticas continuarão paradas, tanto as de lazer como as profissionais", avisou Laurence Boone.
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