A pandemia obriga a novas formas de fazer as coisas. Uma delas é a formação do IEFP. Feita agora à distância, os desempregados tem que enviar por e-mail os papéis. Digo papéis, pois são mesmo papéis o que os formandos são obrigados a preencher, para depois digitalizar e enviar por e-mail.
Do lado de lá, o dos funcionários do IEFP, estes “papéis” agora enviados por e-mail parece que causam uma enorme confusão. Sente-se a dificuldade em tratarem dos processos desta forma.
À questão de um desempregado que havia frequentado um curso mas que não recebeu a bolsa, o funcionário explicou bem a confusão instalada. “A formação à distância e a recolha de documentos tem sido um grande desafio”, desabafou por escrito o funcionário do IEFP. E faz contas para se perceber a trabalheira que os papéis criam. “Veja a quantidade de documentos que enviou e multiplique por toda a turma e volte a multiplicar por uma série de turmas que iniciam ao mesmo tempo”. O desabafo permite perceber que os funcionários também acham que são muitos papéis. “Claro que os formandos não culpa, mas tem sido difícil gerir tudo”. O e-mail do funcionário é um desabafo, na atenciosa forma que encontrou para explicar ao formando as falhas.
Esta fase pandémica realça problemas que sempre foram conhecidos, mas que não se notava tanto. O estado burocrático pesa! Para o cidadão e para os seus funcionários.
Bem podia o estado “aproveitar” a obrigatoriedade de teletrabalho e dos contactos do cidadão por meios tecnológicos, para reduzir drasticamente a desnecessária burocracia.
EDUARDO COSTA, jornalista, Presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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