O Festival dos Sabores Caprinos realiza-se entre os dias 11 e 26 de setembro, diariamente, em 15 restaurantes do concelho que vão apresentar nas suas ementas propostas que utilizam a carne ou o leite de cabra, nomeadamente cabrito assado ou estonado, afogado da boda, chanfana, maranho, queijo cabreiro ou tigelada. Serão considerados igualmente pratos de borrego. Os clientes dos restaurantes aderentes que consumirem estas propostas recebem um cupão que pode ter prémios a deduzir no valor da refeição.
Depois dos festivais do Peixe do Rio e da Tigelada, os Sabores Caprinos têm igualmente como objetivo promover os pratos com maior tradição do território. De acordo com dados do Gabinete de Apoio ao Agricultor e Empresário, o concelho já deteve mais de 30 mil cabras entre os anos de 1940 e 1970, sinal da importância que o gado caprino tinha para as famílias pois possibilitava um rendimento extra, por exemplo através da venda dos cabritos ou do leite. Os pratos com cabra eram frequentes nas principais festividades, como o casamento – dando origem ao afogado da boda – ou as festas das aldeias em que o maranho e a tigelada estavam sempre presentes. Também durante as malhas, nas casas mais ricas havia o costume de matar uma cabra para alimentar os ranchos que se dedicavam a esse trabalho.
Atualmente (números de 2020), o concelho tem cerca de 5.200 caprinos adultos, distribuídos por 490 proprietários. Mesmo sem a expressão de outros tempos, mantêm importante papel ambiental, ecológico e paisagístico, a que se soma a questão turística por via da promoção da gastronomia com este produto tradicional. Em termos de raças, a autóctone Charnequeira está quase extinta, estando a ser substituída especialmente por raças exóticas, nomeadamente Saanen, Alpina e, ultimamente, Murciana e Malaguenha.
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