quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Câmara de Águeda vê aprovada candidatura de mais de 20 milhões de euros para Área de Acolhimento Empresarial de Nova Geração

 Este é o maior valor de fundos comunitários alguma vez aprovado para infraestruturas no Município

A Câmara Municipal de Águeda viu aprovada a candidatura de mais de 20 milhões de euros de fundos comunitários, no âmbito do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), para implementar a Área de Acolhimento Empresarial de Nova Geração, permitindo dotar o Parque Empresarial do Casarão (PEC) de condições e infraestruturas que o vão tornar “verdadeiramente competitivo”.

“Águeda obteve o maior valor de investimento atribuído a nível nacional nesta candidatura e o maior que o Município alguma vez conseguiu para infraestruturas. Tivemos também a melhor pontuação do país (82 em 100), para além de termos sido os únicos a apresentar projetos para as cinco categorias a concurso”, salientou Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda.

Das candidaturas de todo o país, que conseguem um financiamento de 110 milhões de euros, Águeda cativa 20.054.955,31 euros para dotar o PEC de condições “ainda mais competitivas, num nível e patamar diferenciadores a nível regional e nacional”.

Com esta verba, financiada a 100% pelo PRR, a Câmara vai instalar painéis fotovoltaicos e uma estrutura de armazenamento de energia para autoconsumo, bem como a infraestruturação de uma ilha de qualidade de serviço e estabilidade energética, a instalação de sistemas partilhados de abastecimento elétrico de veículos ligeiros e pesados e ainda melhorar a cobertura de comunicações móveis no PEC, com rede 5G.

A estes investimentos somam-se, reforça Jorge Almeida, os que estão neste momento em curso, com a segunda fase de infraestruturação do PEC (num investimento de 2,7 milhões de euros), bem como a ligação do parque ao IC2 (também inscrita no PRR e cujo investimento será de seis milhões de euros) e o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda (com investimento previsto de 40 milhões de euros, financiado também pelo PRR).

“Vamos ter imenso trabalho pela frente para concretizar em simultâneo e num curto espaço de tempo todos estes projetos”, disse o Presidente da Câmara de Águeda, salientando que com estes recursos “Águeda dá um salto enorme na capacidade de atração de investimento e no apoio à competitividade das empresas, cativando para o Município ainda mais empresas e trabalhadores”.

Jorge Almeida avançou que na segunda fase de infraestruturação do PEC, em curso, já quase não há lotes disponíveis para venda, estimando que a Câmara deverá avançar para uma terceira fase tendo em conta o sucesso desta e o interesse demonstrado “e em carteira” de algumas empresas, a que se somam, agora, as novas condições do parque.

 

Área de Acolhimento Empresarial de Nova Geração

O investimento anunciado envolve, como referido, cinco áreas de intervenção. O primeiro, que tem uma dotação financeira de 8,31 milhões de euros a concretizar até abril de 2024, refere-se à instalação de um sistema de produção e armazenamento de energia renovável para autoconsumo, no âmbito do qual vão ser instalados painéis fotovoltaicos nas empresas e/ou seus terrenos. Para tal, foram firmados acordos de parceria com as empresas do PEC para a implementação destas soluções.

Vai ainda ser criada a Comunidade de Energia Renovável (CER), que vai reunir um conjunto alargado de parceiros ligados ao PEC e à energia.

A segunda linha de intervenção passa pela construção de uma subestação de Alta Tensão, com vista à implementação da ilha de qualidade de serviço de estabilidade energética, que permitirá criar um sistema de redundância, mitigando os constrangimentos existentes no fornecimento de energia elétrica e a resolução das micro cortes. Este investimento, na ordem dos 5,69 milhões de euros (a concretizar até abril de 2024), para além de assegurar um serviço de qualidade às empresas existentes, permitirá captar o interesse de empresas com necessidades de qualidade de energia elétrica muito elevada para o seu funcionamento ou que tenham uma grande componente tecnológica nos seus processos de fabrico.

O terceiro ponto de investimento (cerca de 312 mil euros a realizar até maio de 2024) passa pela implementação de sistemas de mobilidade sustentável no PEC, com a instalação de postos de carregamento elétrico de veículos ligeiros e pesados. Vai ser criado um HUB (estação) com um posto de carregamento utrarrápido, três rápidos e cinco normais, para além de serem distribuídos 14 postos de carregamento normais pelo PEC.

A melhoria da cobertura em termos de comunicações com 5G é a quarta área de intervenção (1,01 milhões de euros de investimento, a realizar até novembro de 2023), que irá dotar o parque de ligação de fibra ótica, bem como a instalação de contentorização, torre de comunicações 5G e antenas.

O quinto ponto envolve a criação de um sistema integrado de gestão contra incêndios com a criação de uma equipa de prevenção e primeira intervenção, que prestará apoio ao dispositivo do sistema de proteção civil. Esta área, que passa também pela dotação de equipamento tecnológico ao longo do parque e a criação de centro de comando ligado à ANPC e Bombeiros, entre outros, contempla um investimento de 1,08 milhões de euros a concretizar até maio de 2024.

A somar às intervenções previstas ao abrigo da candidatura aprovada, importa ainda destacar a aprovação, no âmbito do PDIRT (Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Transporte de Eletricidade), da construção de Linha de Muito Alta Tensão de ligação ao PEC-Águeda (no montante de 10 milhões de euros) e cujo modelo de implementação se encontra a ser estudado em conjunto pela Câmara de Águeda, a ERSE – Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos e a REN – Rede Elétrica Nacional, contando ainda com a colaboração da E-Redes.

“Com a implementação destas soluções, o PEC apresentará condições para a atração de investimento dificilmente comparáveis na Região Centro e no país, sobretudo no que se refere aos grandes consumidores de energia elétrica ou para empresas com elevado conteúdo tecnológico”, disse Jorge Almeida, acrescendo quem tendo em conta todos os eixos de intervenção, “vai ser difícil encontrar uma área empresarial tão bem dotada e com todas estas mais-valias”.

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