Presidente da comissão organizadora das comemorações do 10 de junho diz que “internacionalizar não pode significar desnacionalizar”.
O presidente da comissão organizadora das comemorações do 10 de junho, Jorge Miranda, criticou hoje, em Braga, os frequentes “atropelos” de que a língua portuguesa é alvo, sublinhando que “internacionalizar não pode significar desnacionalizar”.
Não posso deixar de reagir contra os atropelos que [a língua portuguesa] vem sofrendo entre nós”, disse Jorge Miranda, no discurso da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Entre os atropelos, apontou os “constantes” erros de sintaxe na comunicação social, o ensino em escolas superiores portuguesas por professores portugueses a alunos portugueses em língua estrangeira, a denominação de algumas escolas superiores também em inglês e o “alastramento” de denominações comerciais de empresas portuguesas operando em Portugal em inglês.
Destacou ainda a “adulteração” do Erasmus, programa de intercâmbio cultural de jovens universitários.
Internacionalizar não pode significar desnacionalizar”, referiu.
Para Jorge Miranda, o uso da língua portuguesa constitui um “direito fundamental dos cidadãos portugueses e brasileiros, tal como dos cidadãos de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, de Angola, de Moçambique, de Timor”.
O direito de falar, de ouvir, de escrever, de ler, de receber mensagens, o direito de comunicar em português. Um direito e também um dever”, reforçou.
No seu discurso, Jorge Miranda disse não conhecer nenhum outro país que eleve a celebração a dia nacional de um seu poeta, designadamente Camões, “que ergueu a língua portuguesa ao máximo esplendor”.
Todavia, Portugal e a língua portuguesa não se confundem. Ela pertence não só a Portugal, pertence ao Brasil e pertence aos cinco estados africanos e a Timor que a declaram sua língua oficial”, concluiu.
SIC Notícias
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