É lamentável a situação financeira que chegámos. Bem se prega o evangelho da política lá fora, tentando passar uma imagem que está bem. Somos dignos de ser imitados? Sinto vergonha.
Aliás, a pior vergonha é passar a ter fama de caloteiro, é o que está a acontecer neste momento com a ADASCA . A processão só vai no adro, dizia-me há dias um amigo ex-dirigente associativo.
Quando um dador é entrevistado para uma TV, o que se espera que ele diga? Bem logicamente. Que passe para o lugar de dirigente...
Os sinais são evidentes, ainda que nos pareçam confusos. Ao abrigo dos duodécimos os salários são pagos aos funcionários, para adiantamento financeiro às associações não funciona...
Concretizada a brigada no dia 19/6 em Cacia, como já informámos no comunicado anterior, passamos para a actividade mínima: abrir as portas apenas no dias em que vai decorrer brigadas no Posto Fixo.
Na qualidade de presidente da direcção da ADASCA – Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, a caminho de completar 16 anos de existência, manifesto a minha mais profunda tristeza, e descrença no futuro que se vislumbra no mundo da dádiva de sangue.
Com o decorrer dos anos, as datas mais marcantes (Dia Nacional do Dador de Sangue e Dia Mundial do Dador de Sangue) que deviam servir, para unir as associações num salutar convívio com os dadores deixaram de ter a importância que já tiveram. Tudo acabou, e vão acabar com o pouco que resta, tendo em conta que os sinais são evidentes, o que me deixa profundamente preocupado, triste e desencantado. Sentimo-nos minimizados.
É o que País que temos e nele vivemos. O que está a acontecer no Serviço Nacional da Saúde (SNS) neste momento, com o encerramento de determinados serviços imprescindíveis à população, podemos comparar com o que se vive no mundo da dádiva de sangue. Não entendo como a comunicação social não lhe dá a devida cobertura? Quando a isso se disponibiliza, ouve sempre os mesmos (as federações), raramente ouve os dirigentes associativos, embora, diga-se em abono da verdade, há deles que estão feitos com os sistema.
Os apoios financeiros deixaram de ser assunto, mas, o IPST continua a colher sangue nas instalações das associações, como no caso da ADASCA que nem sequer dinheiro tem para pagar o telefone e combustível para as suas 2 viaturas...
A especialização em justificações para tudo o que corre mal, passou a ser matéria corrente. Assistimos a uma quebra de dadores nas nossas sessões nunca antes registada desde Março do ano em curso.
A partir do dia 20 do corrente mês (Junho) as duas viaturas da ADASCA vão ficar estacionadas no Parque de Estacionamento, e consequentemente, limitamo-nos a abrir o Posto Fixo dentro dos horários afixados para cumprir o calendário das sessões para as colheitas de sangue.
Todo o trabalho para a promoção vai parar.
Joaquim Carlos
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