quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Autarca da Covilhã diz ter “certeza absoluta” que incêndio teve “mão criminosa”

 
As chamas já atingiram vários locais de interesse geológico do Estrela Geopark, uma área classificada pela UNESCO.
O presidente da câmara da Covilhã diz que é “um clássico” haver incêndios na zona da Serra da Estrela no mês de agosto. Vítor Pereira diz ter a “certeza absoluta” que este fogo tem “mão criminosa”.
“Este incêndio começou, de certeza absoluta, por mão criminosa. Perdoem-me a expressão, ela será pouco adequada, mas é já quase um clássico o fogo posto, no dia 6 ou 7 de agosto. Todos os anos, sistematicamente, ocorre este lançamento de fogo naquele sítio”, disse em entrevista à SIC Notícias.
O incêndio deflagrou na madrugada de sábado, tendo o alerta sido dado perto das 03:20. Há quatro dias que as chamas consomem parte do Parque Natural da Serra da Estrela, pondo em risco a fauna e a flora, assim como as quintas e árvores de fruto da população da aldeia de Verdelhos.
O autarca afirma que as chamas aproximaram-se “perigosamente da aldeia de Verdelhos sem pôr em causa habitações principais”, tendo sido atingidos alguns armazéns de alfaias agrícolas.
A área classificada pela UNESCO está a ser sofrer perdas. Emanuel Castro, coordenador do Estrela Geopark, afirma que foram consumidos “10 locais de interesse geológico”, sublinhado que é uma perda “muito relevante”.
“Estamos a falar da Lagoa Seca e do Vale Glaciário do Zêzere, é uma perda notável. Na verdade, é uma perda que ainda não conseguimos ter o total conhecimento do valor, seja do ponto de vista da biodiversidade, da paisagem, mas também da consequência que terá no pós-incêndio que vai demorar meses, anos, décadas a recuperar”, afirma.
Pelas 18:00 estavam no local, segundo o site da Proteção Civil, 718 operacionais, apoiados por 217 meios terrestres e 13 meios aéreos. A dificuldade de acesso às chamas tem sido uma da principais agravantes deste incêndio.
SIC Notícias
Imagem: SIC

Nenhum comentário:

Postar um comentário