As chamas já atingiram vários locais de interesse geológico do Estrela Geopark, uma área classificada pela UNESCO.
O presidente da câmara da Covilhã diz que é “um clássico” haver incêndios na zona da Serra da Estrela no mês de agosto. Vítor Pereira diz ter a “certeza absoluta” que este fogo tem “mão criminosa”.
“Este incêndio começou, de certeza absoluta, por mão criminosa. Perdoem-me a expressão, ela será pouco adequada, mas é já quase um clássico o fogo posto, no dia 6 ou 7 de agosto. Todos os anos, sistematicamente, ocorre este lançamento de fogo naquele sítio”, disse em entrevista à SIC Notícias.
O incêndio deflagrou na madrugada de sábado, tendo o alerta sido dado perto das 03:20. Há quatro dias que as chamas consomem parte do Parque Natural da Serra da Estrela, pondo em risco a fauna e a flora, assim como as quintas e árvores de fruto da população da aldeia de Verdelhos.
O autarca afirma que as chamas aproximaram-se “perigosamente da aldeia de Verdelhos sem pôr em causa habitações principais”, tendo sido atingidos alguns armazéns de alfaias agrícolas.
A área classificada pela UNESCO está a ser sofrer perdas. Emanuel Castro, coordenador do Estrela Geopark, afirma que foram consumidos “10 locais de interesse geológico”, sublinhado que é uma perda “muito relevante”.
“Estamos a falar da Lagoa Seca e do Vale Glaciário do Zêzere, é uma perda notável. Na verdade, é uma perda que ainda não conseguimos ter o total conhecimento do valor, seja do ponto de vista da biodiversidade, da paisagem, mas também da consequência que terá no pós-incêndio que vai demorar meses, anos, décadas a recuperar”, afirma.
Pelas 18:00 estavam no local, segundo o site da Proteção Civil, 718 operacionais, apoiados por 217 meios terrestres e 13 meios aéreos. A dificuldade de acesso às chamas tem sido uma da principais agravantes deste incêndio.
SIC Notícias
Imagem: SIC
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